O ministro do Planejamento, Guido Mantega, e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, apresentaram nesta segunda, dia 19, o "Plano Brasil de Todos", documento que reúne as estratégias do governo para desenvolvimento sustentável do país nos próximos quatros anos, que também é conhecido como Plano Plurianual (PPA). Mantega e Dulci fizeram o anúncio em entrevista na Granja do Torto, num intervalo do encontro que reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros.

– Em outras palavras, ele [o plano] mostra o Brasil que queremos construir nos próximos quatro anos – disse Mantega.

Segundo o ministro, uma das prioridades é reduzir a vulnerabilidade externa do país, com investimentos nas exportações e em obras de infra-estrutura. O documento também apresenta programas de desenvolvimento regional e a perspectiva de construção de um mercado de massa no Brasil, ou seja, a construção de uma sociedade que tenha um poder aquisitivo maior para assim consumir mais e estimular o círculo virtuoso na economia nacional.

– Essa uma das molas mestra para o desenvolvimento sustentável – afirmou.

Segundo Dulci, o governo deve encaminhar PPA ao Congresso até agosto próximo. Até lá, a idéia do Executivo é realizar fóruns em todos os Estados, com a participação de movimentos sociais, para debater o plano. Cerca de duas mil entidades devem participar dos debates. O primeiro fórum será no dia 30 de maio no Amazonas.

–  O governo quer fazer um debate coletivo para elaborar da melhor forma o Plano Plurianual – disse Dulci.

Mantega garantiu que na reunião ministerial desta segunda os integrantes da equipe do presidente não ficaram fazendo pedidos para liberação de recursos adicionais ou pelo descontingenciamento dos recursos bloqueados no início deste ano.

– O objetivo da reunião não era fazer um muro de lamentações, mas mostrar o que cada ministério já tem feito. Não se falou de recursos adicionais – disse.

Sobre a liberação de R$ 14 bilhões bloqueados desde o início do ano, Mantega apenas disse que, caso a economia continue dando sinais favoráveis, "em breve", os recursos poderão ser liberados.

Os dois ministros disseram que a taxa de juros estipulada pelo Banco Central não foi tema da reunião. O Comitê de Política Monetária (Copom) se encontra nesta semana para discutir a taxa. No entanto, Mantega ressaltou que a intenção do governo, detalhada no PPA, é reduzir a taxa real de juros (que desconta a inflação) para 8,5% em 2004, 7,5% em 2005 e 6,5% em 2006.

–  Há uma tendência declinante na taxa de juros para os próximos anos. Temos como meta criar as condições para que a taxa venha a cair tão logo a inflação esteja controlada – disse Mantega.

Nota divulgada no final da manhã pela Secretaria de Imprensa revelou que os ministros deverão enviar à Presidência um "relatório mensal de atividades'', documento a ser encaminhado, posteriormente, a todos os integrantes do governo. Os relatórios deverão ser entregues a cada 30 dias.

Além dos 30 ministros, estiveram presentes os líderes do governo no Congresso, senador Amir Lando (PMDB-RO), no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), na Câmara. As informações são da Agência Brasil.