A Coréia do Norte ameaçou interromper o diálogo mantido com os Estados Unidos, se Washington não aceitar o plano de abandono das ambições nucleares em troca de concessões econômicas e diplomáticas. As investidas contra os EUA foram publicadas na edição desta segunda, dia 5, do jornal diário do partido comunista no poder, o Rodong Sinmun:

– Se os Estados Unidos não responderem de forma positiva à proposta corajosa da Coréia do Norte, terão de responsabilizar-se pelo fim do dos esforços de diálogo e provocarão uma grave tensão da situação – ameaça o diário.

Na primeira negociação entre EUA e Coréia no mês passado, em Pequim, Pyongyang propôs abandonar os programas de mísseis e armas atômicas em troca de uma série de vantagens econômicas e políticas. As tratativas descambaram para um impasse, depois de a proposta norte-coreana ter sido rejeitada como "chantagem" pelos norte-americanos, que exigem o desmantelamento verificável das instalações nucleares antes de qualquer negociação substancial. Pyongyang exige garantias prévias de segurança.

A crise envolvendo a Coréia do Norte teve início em outubro, quando os EUA revelaram que, em um encontro entre autoridades norte-americanas e norte-coreanas, Pyongyang teria admitido manter um programa nuclear secreto. Em novembro, o governo do presidente George W. Bush anunciou que deixaria de fornecer combustível ao país, visto que a Coréia do Norte estaria desrespeitando um acordo firmado em 1994. Segundo o tratado, o país se comprometeu a abandonar o programa nuclear em troca de fornecimento estável de combustível pelos EUA.

No dia 29 de dezembro, a Coréia do Norte expulsou do país os últimos inspetores de armas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, ligada à Organização das Nações Unidas – ONU), responsáveis pelo monitoramento do complexo nuclear de Yongbyon - capaz de enriquecer plutônio para uso em armas nucleares. Os inspetores deixaram a Coréia do Norte no dia 31 de dezembro.

Com informações da agência de notícias Lusa.