| 01/05/2003 10h25min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que o processo de votação das reformas será demorado, mas que conserva seu otimismo. Os 27 governadores, que compareceram nessa quarta, dia 30, ao Congresso, prometeram atuar junto às bancadas para acelerar o processo.
– Estou otimista. Sei que leva tempo– disse o presidente ao deixar o Congresso. Lula, acompanhado dos governadores, esteve na Casa para entregar as propostas do governo de reformas tributária e previdenciária.
O governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), disse que pretende expor para a bancada baiana a importância das reformas para os Estados. Apesar de acreditar que pode influenciar a bancada, Souto lembrou que eles têm "toda liberdade de votar contra".
Para o governador do Ceará, o tucano Lúcio Alcântara, o trabalho do governador junto às bancadas é importante, mas terá pouca importância se não houver acordo entre os principais líderes do PT.
– Se não houver comprometimento dos relatores do PT, por exemplo, causa um constrangimento entre a bancada de oposição.
O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), marcou uma reunião na semana que vem com a bancada para discutir as reformas.
–Este é o ano das reformas, têm que ser votadas.
Aécio Neves (PSDB), governador de Minas Gerais, também afirmou que cabe aos governadores mostrar aos parlamentares o impacto das reformas nas contas estaduais.
– Nunca houve um caldo político tão positivo para que essas reformas sejam constituídas. A oposição não deve atuar com o vício da antiga oposição.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que ele e seu partido irão apoiar os princípios gerais das reformas e que vai continuar a negociar com a bancada tucana posicionamento em favor das mudanças. Segundo o governador, as propostas são conhecidas e não trazem grandes novidades, mas alguns detalhes, que não especificou, devem ser
aperfeiçoados.
– A bancada tem autonomia, mas no que depender do meu esforço vou ajudar a aprovar as reformas. Há compreensão com o futuro do país de que as reformas são fundamentais para resolver alguns gargalos nos Estados – disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
A governadora do Rio, Rosinha Matheus (PSB), que veio do Rio com o presidente no mesmo avião e chegou no mesmo carro do presidente ao Palácio do Planalto, disse que apóia as reformas, mas não vai deixar de lado suas reivindicações. A governadora, porém, disse a Lula que vai apoiar as reformas.
Confiante na aprovação das reformas até outubro deste ano pelo Congresso, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, admitiu ontem que a negociação na Câmara e no Senado não será fácil e exigirá um grande debate com a sociedade.
Ele negou que o Palácio do Planalto atue como um rolo compressor e afirmou que o governo federal trabalha para formar maioria no Congresso. Segundo Dirceu, Lula fez a sua parte e, agora, o problema está com o parlamento.
Para o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, está claro que haverá muito debate e até haver algumas alterações nas propostas enviadas. No entanto, Berzoini mostra otimismo e acredita que o PT vai se sair muito bem neste processo "porque está mostrando maturidade para encarar as divergências de pessoas que até passam dos limites. O Congresso pode aprimorar as reformas, não temos problemas quanto a isso".
O ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou que pontos da reforma da Previdência, proposta que tem causado mais polêmica devido à taxação dos inativos, "têm margem de manobra".
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