O general Stanley McChrystal, vice-diretor de Operações do Estado-Maior Conjunto dos EUA, afirmou nesta quarta-feira, dia 26, que a região de um mercado de Bagdá não era um alvo militar americano. A explosão de um míssil na área residencial deixou pelo menos 15 pessoas mortas e outras 30 feridas.

Segundo McChrystal, o Pentágono até agora só pode afirmar que há a possibilidade de uma bomba ou míssil das forças de coalizão ter sido desviado e atingido a área civil. Porém, ele colocou em dúvida a procedência dos explosivos.

– Não sabemos com certeza se a munição era americana ou iraquiana, não podemos fazer qualquer suposição no momento – afirmou o general.

McChrystal não descartou a possibilidade de ter havido alguma falha no ataque americano.

– Continuaremos investigando para ver se houve alguma falha. Mas outra explicação poderia ser (antilharia antiaérea do Iraque) triple-A ou um míssil terra-ar que falhou seu objetivo e caiu na área do mercado – disse.

Segundo o Comando Central das forças americanas, os aviões aliados bombardearam nove pontos de lançamento de mísseis iraquianos em Bagdá que ficam a poucos metros de uma área residencial. O Pentágono afirma que os alvos do bombardeio ficavam num distrito diferente da região do mercado.

– Os mísseis e lançadores estavam dentro de uma área residencial civil. A maioria dos mísseis estava posicionada a menos de 90 metros de casas. Uma ampla avaliação da operação está em andamento – comunicou o Comando Central.

Os ataques ocorreram aproximadamente às 11h (horário de Bagdá), segundo o Pentágono, mesmo horário em que, segundo os iraquianos, dois mísseis ou bombas teriam atingido o mercado, localizado no norte da cidade. No momento da tragédia, aviões militares da coalizão anglo-americana bombardeavam a cidade. Um porta-voz da Força Aérea Real da Grã-Bretanha disse que o Exército britânico também vai investigar o incidente. Segundo ele, se o massacre foi resultado de um erro da coalizão, os aliados "lamentam profundamente a perda de vidas humanas".

Uma multidão furiosa se reuniu no cenário do massacre, gritando palavras de ordem anti-americanas. Algumas pessoas no local disseram que o número de mortes poderia chegar a 45. Um correspondente da Reuters contou pelo menos 15 corpos estendidos na rua, no distrito de Shaab, entre carros queimados e destroçados e entulhos de prédios atingidos.

As informações são da Globo News e agência Reuters.