| 20/12/2002 12h25min
O futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou quatro novos ministros nesta sexta, dia 20. A surpresa foi a nomeação da mineira Dilma Rousseff para a pasta das Minas e Energia. O ex-governador de Brasília, Cristóvam Buarque, foi escolhido para a Educação. O Ministério da Saúde ficará a cargo do pernambucano Humberto Costa, enquanto o Trabalho será comandado pelo baiano Jaques Wagner. Nilmário Miranda vai assumir a Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
O pronunciamento de Lula começou com mais de uma hora de atraso, com o futuro presidente fazendo piadas sobre o horário verão e a vitória do Santos no último domingo. Ele ainda enfatizou o uso da palavra nós e a pluralidade da sociedade brasileira, tendo como critério a competência política dos escolhidos.
- Na hora que nós errarmos, vamos errar juntos - disse Lula - Na hora que acertarmos, vamos acertar juntos.
O futuro presidente ainda comentou que segunda vai completar o plantel dos ministros e disse que uma das maiores dificuldades na escolha dos nomes, feita sem restrições por parte do partido, é a especulação cotidiana da imprensa. Lula abriu espaço para uma pequena apresentação de cada um. Todos mostraram um desejo de trabalhar para um ministério unido, com citações ao comentário de Lula sobre uma equipe de futebol.
Buarque disse que vai levar adiante a missão que Lula pediu, criando no país inteiro uma mania pela educação. Ele quer fazer com que o cidadão cobre um bom desempenho no setor assim como cobra o bom rendimento de um jogador ou músico, fazendo com que o povo tenha orgulho da educação que tem à sua disposição. Sobre a universidade pública, quer deixar uma marca do futuro governo na área.
Dilma, que participou da equipe de transição, afirmou que estar no cargo é uma honra para a sua geração. Ela lembrou que a energia não pode ser obstáculo, mas sim ser um caminho e alavanca para o desenvolvimento, sendo suporte para programas. A importação de recursos minerais também foi abordada, pois antes o país exportava muitos recursos e hoje faz o contrário.
Na área da saúde, Costa afirmou que a construção da saúde brasileira pede ações integradas, fazendo valer os direitos do cidadão. A política farmacêutica será atacada, bem como políticas relativas à saúde bucal. Wagner, que assumirá a pasta do Trabalho, comentou que a política social mais importante é a geração de emprego e da renda. Ele vai buscar o debate entre os trabalhadores, centrais sindicais e empresários. A erradicação dos trabalhos escravo e infantil está nos seus objetivos, além da geração de 10 milhões de empregos. Ao abordar a duplicação do salário mínimo, Wagner falou em "quadruplicar". Durante a correção, brincou que já está pensando na reeleilão.
Por fim, Miranda recapitulou que todos falaram em direitos humanos. Ele pretende dar continuidade aos programas que tiveram êxito na área. O trabalho do atual secretário Paulo Sérgio Pinheiro foi reconhecido por Miranda.
- O grande passo nosso será tirar os direitos do povo do papel e levar para todos os brasileiros e brasileiras - disse Miranda.
Também foi aberta a palavra para cinco sindicalistas presentes na coletiva. João Felício, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que a participação na solenidade mostra que o país está mudando. Paulinho, da Força Sindical, lembrou as propostas de redução da jornada de trabalho, além de um reconhecimento das centrais. O candidato a vice-presidente na chapa de Cirgo Gomes (PPS) ainda lamentou publicamente o último reajuste dos deputados.
No final, uma rápida entrevista coletiva foi organizada. Perguntado sobre sua proposta de criar um Ministério do Ensino Superior, Buarque afirmou que a idéia vai ficar na sau cabeça, não no Diário Oficial. Indagado sobre quais políticas atuais da Saúde serão mantidas, Costa mencionou as campanhas de combate à AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis.
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