| 28/12/2007 22h20min
Em 36 horas, o governo paquistanês já apresentou três versões para a causa da morte da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, de 54 anos, na quinta-feira, após um atentado à bomba ocorrido durante seu comício pelas próximas eleições do país, como registra o site da rede de televisão CNN. A primeira hipótese era de que ela havia sido atingida por um tiro no pescoço, já que estava com sangue na área e um vídeo gravado no evento mostra três disparos. Em seguida, o Ministério do Interior voltou atrás, alegando que não havia indícios para acreditar que ela houvesse sido baleada. A segunda versão era de que a líder oposicionista teria morrido ao ser atingida por destroços do explosivo detonado por um homem-bomba, o autor do ataque.
Seus partidários estão indignados com o jogo de empurra em relação à morte da ex-premier. A última explicação apresentada pelo chefe da pasta do Interior, Javed Iqbal Cheema, dá conta de que Benazir teria morrido em decorrência de uma fratura no crânio, após perder o
equilíbrio e
cair, batendo com a cabeça numa barra do teto do veículo no qual cumprimentava seus seguidores. O médico que a atendeu antes dela ser declarada morta, no Hospital Geral de Rawalpindi, Mussadiq Khan, disse que a líder da oposição tinha um grande ferimento na cabeça. Ele acrescentou que, no caminho para o hospital, ela já não estava respirando, estava sem pulso e seus olhos não respondiam à luz, portanto, "não havia como ressuscitá-la".
Farzana Raja, do Partido do Povo Paquistanês, de Bhutto, afirmou que as explicações do governo são um "pacote de mentiras" e acredita que a cauda da morte de Benazir tenha sido mesmo o tiro. Para ela, o governo não reconhece que tenha havido disparos porque isso comprovaria um "lapso total na segurança". O ataque suicida causou ainda outras 20 mortes e deixou mais de cem feridos.
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