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Os organismos internacionais convidados pela equipe de transição para discutir os aspectos técnicos do Programa Fome Zero consideraram o projeto elaborado pelo PT pioneiro e estão otimistas com a possibilidade de estendê-lo, a longo prazo, a outros países, sobretudo de língua portuguesa.
A equipe técnica concluiu nesta segunda, dia 9, um relatório sobre o Fome Zero, que será entregue ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ficou decidido que o futuro governo vai elaborar um projeto piloto no Piauí – devido aos baixos indicadores sociais do Estado –, cujos resultados serão acompanhados diretamente pelos organismos internacionais dispostos a investir recursos no programa. O governador eleito, Wellington Dias, é do PT. Ele estará em Brasília nesta terça para detalhar as ações com o coordenador do Fome Zero na equipe de transição, José Graziano.
– O Brasil entrando nesse projeto está fazendo algo completamente novo no mundo, afirmou a jornalistas Andrew MacMillan, chefe da missão técnica composta pelo Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
MacMillan afirmou que muitos países já firmaram compromissos com a Cúpula Mundial de Alimentação, mas, segundo ele, o presidente eleito prioriza o Fome Zero de forma deliberada e com senso de urgência.
Segundo Graziano, a prioridade do projeto piloto será a distribuição dos cartões de alimentação. Ele adiantou que a idéia é utilizar cartões magnéticos para distribuição dos recursos, evitando a falsificação de cupons. Graziano disse que as mães deverão receber os cartões e terão autonomia para sacar o dinheiro e fazer as compras. Ao final de todo mês, elas obrigatoriamente terão que apresentar notas fiscais e recibos das compras.
O PT pretende usar como referência no projeto piloto o programa adotado em Goiás, há quatro anos, chamado Renda Cidadã. O programa foi desenvolvido inicialmente pela organização não-governamental Missão Criança e pela Comissão Pastoral da Criança, da Igreja Católica.
No relatório, cuja íntegra será divulgada após sua tradução para o inglês e o espanhol, os três organismos internacionais fazem recomendações ao futuro governo do PT. Dispostos a investir recursos no projeto, eles recomendam, por exemplo, que a erradicação da fome seja associada a programas de alfabetização de adultos, para que seja valorizada a produção local de alimentos e sua preparação.
A representante do Banco Mundial no Brasil, Zezé Weiss, afirmou que a instituição colocou à disposição do futuro governo a atual carteira de US$ 9 bilhões aplicados em programas sociais no Brasil. O presidente eleito poderá remanejar esses recursos para implantar as ações do Fome Zero. Além disso, disse ela, há disposição da direção do Banco Mundial de investir mais US$ 10 bilhões no Brasil no governo Lula. O BID também afirmou à equipe de transição de governo que não vê problemas em reorientar a atual carteira de US$ 10 bilhões de investimentos no Brasil para garantir a implantação do Fome Zero a curto prazo.
As informações são da Agência Reuters.
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