O técnico Adilson Batista (foto) foi o personagem do jogo Avaí 1 x 1 Santa Cruz, pelas quartas-de-final da Série B do Campeonato Brasileiro. Foi ele quem armou o time num sistema de força ofensiva no primeiro tempo; foi ele também quem desmanchou o esquema que vinha dando certo no segundo.

O resultado: um empate com sabor de derrota, para desespero dos torcedores que compareceram em bom número à Ressacada. O que Adilson pediu no começo do jogo, os avaianos fizeram no primeiro tempo.

Queria inversão de jogo, a todo instante, para furar o bem armado sistema defensivo do Santa Cruz, que bloqueou a entrada da área. As inversões aconteceram.

Quem não fez o que ele pediu (leia-se Milton e Jackson), foi para o vestiário mais cedo, mesmo que o coro "burro, burro" ecoasse por toda a Ressacada. Só que o coro tinha razão.

Sem Jackson e Milton, o Avaí foi um emaranhado de jogadores sem criatividade nem força ofensiva. A torcida esperava a vitória, e ela não veio. Um presente de grego para o mais ilustre dos avaianos.

Como sempre, o tenista Gustavo Kuerten esteve no templo azurra incentivando o Leão. E fez um pedido modesto para um ex-número um do mundo do tênis:

– Meio a zero já está bom. O importante é vencer – disse o tricampeão de Roland Garros.

Os jogadores não ouviram o apelo. Mas sabiam que aquele pedido era a personificação do desejo de toda a nação azurra.

E até tentaram não desapontar a torcida, que cantou o tempo inteiro e foi, certamente, o 12º jogador. Guga entre eles.

– Tomara que eu saia daqui feliz, para terminar bem as minhas férias – queria o tenista.

Não conseguiu. A próxima metade do "jogo de 180 minutos" agora muda de endereço: quarta-feira, em Recife. Como fizeram questão de lembrar os poucos – e provocativos – torcedores do Santa Cruz que estiveram no estádio e trouxeram a faixa: "Guga, o próximo set é no Arrudão".