| 22/05/2007 11h50min
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, afirmou nesta manhã, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea, que há sim zonas cegas no controle do trajeto feito pelo jato Legacy. Na semana passada, O brigadeiro-do-ar Jorge Kersul Filho, que chefia o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), negou a existência de pontos cegos nos radares que controlam o espaço aéreo brasileiro.
Os pontos cegos chegaram a ser apontados como a possível causa do acidente entre um Boeing da Gol e um jato Legacy, em 29 de setembro do ano passado, que resultou na morte de 154 pessoas. Botelho afirmou que já ouviu inclusive reclamações de associações internacionais de controladores de vôos sobre a existência dessas zonas cegas no controle do espaço aéreo brasileiro, além de críticas ao software utilizado nos radares.
Jorge Botelho defendeu a desmilitarização do sistema de controle de vôo no
País e a criação de um
plano de carreira típica de estado para os controladores de vôo. O sistema de controle aéreo, segundo ele, precisa ser dinâmico e transparente – características que, em sua opinião, não são comuns em atividades militares.
Ocupações paralelas
Botelho afirmou ainda que mais de 90% dos controladores de vôo desempenham outra atividade para complementar seus salários. Ele explicou que muitos profissionais são taxistas, motoristas de ônibus e comerciantes nas horas de folga. Segundo ele, a remuneração máxima dos controladores civis é R$ 3,2 mil e, dos militares, de R$ 4,8 mil.
Questionado pelo deputado Vic Pires (DEM-PA), um dos parlamentares que propuseram o depoimento de Botelho, este admitiu que os "bicos" atrapalham e colocam em risco a aviação civil no Brasil. O presidente do sindicato apontou, além dos problemas financeiros, a ausência de estímulos para a carreira e a descrença no sistema de controle aéreo como duas das
razões para os controladores buscarem outras
atividades.
Cursos de inglês
Botelho também criticou a falta de cursos de inglês para os controladores de vôo. O sindicalista afirmou que os controladores aprendem apenas termos básicos da fraseologia e termos técnicos.
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