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 | 19/04/2007 08h36min

Políticos receberiam propina para facilitar liberação de jogo no país

Análise de documentos da operação Furacão aponta contribuições para campanhas

O inquérito sigiloso da Operação Furacão sustenta que há "indícios e provas" da existência de "pagamento rotineiro" de propinas a integrantes do Parlamento, que atuariam em um lobby para liberar a exploração do jogo no país. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as informações constam em documento da Polícia Federal que solicitou a prisão dos 25 investigados pela operação.

– A análise do material até agora produzido traz indícios e provas de que o grupo teria contribuído para a campanha eleitoral de alguns candidatos, bem como demonstrou que alguns integrantes mantêm contato direto com integrantes do Parlamento federal, inclusive de modo espúrio, indicando existência de pagamentos rotineiros a determinados agentes políticos – diz o documento policial, citando a Aberj (associação de bingos do Rio de Janeiro) como a entidade que faria o contato com os políticos.

O jornal localizou nas quase 4 mil páginas do inquérito apenas os nomes dos deputados federais Marina Maggessi (PPS-RJ) e Simão Sessim (PP-RJ). Baseada em escutas telefônicas, a PF suspeita que Marina recebeu em 2006 doação de campanha por meio de caixa dois do bicheiro Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães. A deputada nega ter recebido dinheiro.

Já Sessim, sempre de acordo com a PF, foi procurado pelo bicheiro Aniz Abrahão David, que é seu primo, com o objetivo de que o parlamentar trabalhasse na aprovação de um projeto pró-bingos. Sessim nega a suspeita.

Hoje, o jogo do bicho é proibido e não há permissão na legislação federal para o funcionamento de bingos e caça-níqueis. Várias casas funcionam por meio de liminares judiciais.

 
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