Em audiência no Senado nesta quinta-feira o ministro da Defesa, Waldir Pires, disse que o governo está decidido a acabar com a crise aérea:

– Estamos no caminho de solucionar uma crise lamentável que nossa população viveu – afirmou durante audiência pública nas comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Segundo ele, o país passa por um período de aspectos administrativos difíceis, mas está em "plena marcha de soluções":

– Queremos dizer que temos muita confiança de que, no menor prazo possível, estaremos absolutamente tranqüilos sobre como estará o trabalho da aviação civil no país.

Conforme Pires, a preocupação essencial do governo tem sido com a segurança e com a vida das pessoas e que o sistema de aviação civil brasileiro enquadra-se entre os melhores do mundo, no que diz respeito aos padrões de segurança.

Participam também da audiência o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o presidente da Agência Nacional de Aviação (Anac), Milton Zuanazzi.

O ministro da Defesa afirmou também que o acidente com o avião da Gol - que caiu no ano passado - não gerou a crise; apenas serviu para revelá-la. Pires afirmou que o controle aéreo brasileiro é seguro e destacou o baixo índice de acidentes aéreos registrados no país. Ele citou como exemplo o Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, que vem recebendo críticas por conta de condições de segurança, mas, segundo ele, tem um nível de segurança altíssimo.

A atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na gerência da crise que afeta o sistema aéreo brasileiro foi defendida por Waldir Pires. Conforme o ministro, as decisões finais são do presidente e que Lula tomou as decisões que considerou necessárias para preservar os interesses da população.

Nesta quarta-feira, o ministro Waldir Pires esteve na Câmara para prestar esclarecimentos sobre o mesmo assunto. No mesmo dia, os principais partidos de oposição, PSDB e Democratas, anunciaram a coleta de assinaturas para tentar criar a CPI do Apagão Aéreo.

O último transtorno do setor aéreo ocorreu há 13 dias, quando os controladores de vôo iniciaram uma greve enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava nos Estados Unidos. Boa parte dos vôos sofreu atraso ou cancelamento naquele fim de semana. Em seguida, no feriado da Semana Santa, as operações correram normalmente nos aeroportos.