| 08/03/2007 07h00min
A turbulência no PMDB provocada pela renúncia da candidatura do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim à presidência do partido perdeu força ontem. Depois de ameaçar boicotar a convenção da sigla no domingo, os apoiadores do desistente assumiram um tom conciliador. O grupo de Jobim já admite participar do encontro onde o deputado Michel Temer (SP), adversário do ex-ministro, deve conquistar a reeleição.
O atual presidente do PMDB é líder do grupo dos novos lulistas. Com a desistência de Jobim, os novos apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva derrotaram os antigos aliados peemedebistas do presidente, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador José Sarney (AP).
Em lugar de boicote, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, defendeu ontem a unidade do partido como forma de superar as "dificuldades". Para ele, o PMDB está "seguro da sua importante participação no bloco do governo". Segundo o senador Romero Jucá (RR), líder do governo no Senado, a participação do grupo de Jobim na convenção será discutida hoje.
– Em política, até o impossível acontece – disse o senador ao ser questionado sobre a desistência ao boicote.
O recuo aconteceu no mesmo dia em que Temer colocou em ação uma operação para buscar os votos de Jobim. Chegou a oferecer 40 das 119 vagas da chapa para o grupo do ex-ministro. Os aliados de Temer afirmam que a convenção vai se transformar em uma "grande festa" diante da chapa única. O grupo acredita que haverá quórum suficiente para uma eleição por aclamação. Eles calculam contar com mais de 400 dos 782 votos de convencionais.
– Já assinei meu nome na chapa do Temer. Jobim nos deixou com a corda nas mãos, tomou a decisão sem conversar – afirmou o senador Gerson Camata (ES).
Na terça-feira, o clima esteve pesado. Calheiros chegou a afirmar que se sentia liberado em relação ao governo. Isso porque Jobim acusou o Palácio do Planalto de interferência da eleição do PMDB para justificar a renúncia. Apoiadora do ex-ministro e antiga aliada de Lula, a bancada peemedebista no Senado se sentiu traída pelo Planalto.
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