| 07/03/2007 23h28min
A viagem do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, à América Latina tem como objetivo demonstrar que o país é um parceiro comprometido com a região, e não servir de contraponto à crescente influência do governante da Venezuela, Hugo Chávez, na região latino-americana. A declaração é do Departamento de Estado norte-americano.
Em entrevista coletiva, o secretário de Estado adjunto para a América Latina, Thomas Shannon, afirmou nesta quarta-feira que a viagem busca reforçar as "sustentadas e constantes" relações que os Estados Unidos mantêm com os governos da região, independentemente de suas ideologias. O alto funcionário disse ainda que Bush também pretende estreitar os laços com os executivos eleitos no continente ao longo de 2006. Shannon foi taxativo ao negar que a viagem tenha sido planejada para conter a influência de Chávez na região.
– Não é uma competição – frisou o secretário. Ele acrescentou que os EUA querem parceiros fortes, independentes, mas democráticos.
– Queremos mercados abertos, governos abertos que lutem contra os problemas sociais e se movam com confiança. Chávez é o contrário de tudo isso: passa uma mensagem de confronto, de antiamericanismo, que não é positiva para a melhoria da cooperação – declarou. Segundo Shannon a fórmula do presidente venezuelano torna o país dependente do petróleo barato e da ajuda externa.
As declarações do alto funcionário são feitas um dia antes de Bush iniciar aquela que será sua 11ª visita à América Latina e a viagem mais longa que faz pela região. O presidente norte-americano chegará quinta-feira à noite em São Paulo, na primeira escala de uma turnê que também o levará a Uruguai, Colômbia, Guatemala e México.
No Brasil, o principal assunto das conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o memorando de entendimento recém-acordado para o compartilhamento de tecnologias para a produção de biocombustíveis. Shannon lembrou que este acordo faz parte da estratégia dos Estados Unidos para reduzir sua dependência em relação aos hidrocarbonetos.
Além disso, assegurou, o memorando poderá beneficiar muitos países da região com grande potencial agrícola para produzir as matérias-primas necessárias à elaboração desses biocombustíveis.
Depois do Brasil, a escala seguinte da viagem de Bush será o Uruguai, nação com a qual os Estados Unidos assinaram um acordo sobre investimentos financeiros.
– Não vamos fazer pressão por um eventual acordo de livre-comércio entre os dois países devido à grande oposição interna existente no Uruguai – declarou Shannon.
Colômbia será o terceiro destino do presidente americano, que deverá abordar com seu colega Álvaro Uribe a renovação do Plano Colômbia e a luta contra o narcotráfico, assim como o escândalo sobre a suposta colaboração entre paramilitares e alguns parlamentares. O seqüestro de três americanos que permanecem em mãos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há quatro anos também estará na agenda do encontro entre os dois líderes.
Na Guatemala, as conversas com o presidente Óscar Berger girarão em torno, principalmente, das gangues urbanas e do narcotráfico.
A viagem terminará em Mérida (México), onde Bush abordará a questão migratória e ouvirá quais são os próximos passos que o governo do presidente Felipe Calderón dará na luta contra os narcotraficantes. Nesse sentido, o funcionário ressaltou os "passos enérgicos" dados pelo novo governo, especialmente ao autorizar extradições de grandes narcotraficantes. A decisão, segundo Shannon, representa um sinal muito claro de que os narcotraficantes não vão estar a salvo em território mexicano.
AGÊNCIA EFEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.