| 25/01/2007 19h23min
Palestinos e israelenses compartilharam nesta quinta a visão de que é possível a existência de dois Estados vizinhos e em paz, e que essa é a melhor forma para se viabilizar a paz no Oriente Médio.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas; a ministra de Exteriores de Israel, Tzipi Livni, e o vice-primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, participaram em Davos, de um debate organizado pelo Fórum Econômico Mundial, intitulado "Já basta", em referência ao conflito entre israelenses e palestinos, que já dura mais de meio século.
– Chegou o momento da paz. Existe um clima propício para o processo de paz, e isso poderia levar à criação de um Estado palestino independente, mantendo os limites de 1967 – disse Abbas.
Por sua vez, Livni se mostrou favorável ao estabelecimento de negociações com os palestinos e, embora não tenha falado sobre "futuras fronteiras do Estado palestino", assinalou que "não havia Estado palestino em 1967", e que "as futuras fronteiras também serão negociadas no futuro".
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) afirmou que o Mapa de Caminho, elaborado pelo Quarteto de Madri (ONU, União Européia, EUA e Rússia), assinala que a solução do conflito está baseada na existência de dois Estados, e que agora "é preciso tentar projetar o começo e o fim do processo de paz".
– Precisamos de uma solução que nos leve à paz e ao perdão – afirmou.
A ministra israelense concordou com Abbas, para quem o momento pode ser propício para a paz.
– Temos que dar um horizonte político que seja vital para ambos. Os palestinos têm que crer que o Estado palestino não é uma ilusão, é factível. E os israelenses precisam ter a garantia de que suas vidas não serão ameaçadas – acrescentou.
A chefe da diplomacia israelense falou também que "a criação de uma pátria palestina é a única solução justa e correta para o problema dos refugiados".
– Tem que haver dois Estados vivendo em paz – afirmou.
No entanto, ressaltou que a negociação e as conversas não podem impedir a consecução dos acordos prévios assinados entre Israel e palestinos, em alusão a todo o processo negociador, que começou com os acordos de Oslo de 1993, e que o movimento islâmico Hamas não reconhece nem assume.
– A comunidade internacional tem que tirar o poder dos extremistas e dá-lo aos moderados, e isso deve ser feito de forma simultânea – afirmou Livni, no que pareceu uma clara alusão ao Hamas, na liderança da ANP, e considerado uma organização terrorista pelos EUA e pela UE.
O vice-primeiro-ministro israelense, por sua vez, assinalou que o "Hamas é o passado", e afirmou que "o futuro não pode ser construído sobre o passado".
Durante seu discurso, ouvido com muita atenção por Livni e Peres, Abbas também falou da situação econômica palestina, que qualificou de "trágica, desesperante e desesperada", já que 70% da população de Gaza e 51% da Cisjordânia vivem abaixo do nível de pobreza.
– Há uma grande diferença entre a renda dos palestinos, que é de US$ 800 anuais per capita, e a dos israelenses, que é de US$ 20 mil. Se não fosse pela ajuda internacional, a situação econômica palestina já teria entrado em colapso – afirmou Peres.
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