| 25/01/2007 13h02min
O Fórum Econômico Mundial recomendou, hoje, em Davos, que a idade de aposentadoria nos países europeus seja ampliada para compensar os efeitos do envelhecimento da população. Em um debate sobre o crescimento econômico da região, durante o Fórum, a ministra de Comércio francesa, Christine Lagarde, disse que a população européia já aceitou que terá que trabalhar durante mais anos para salvar o sistema previdenciário.
Neste mesmo sentido se pronunciaram outros especialistas reunidos em Davos, como o presidente da cadeia alemã de centros comerciais KarstadtQuelle, Thomas Middelhoff, que afirmou que as empresas devem alterar seus atuais sistemas de aposentadorias antecipadas, o que qualificou de um erro.
Durante seu discurso, Middelhoff alertou que o envelhecimento a população na Europa é um problema muito forte para o crescimento econômico desta zona, especialmente em países como a Alemanha, e disse com ironia que tem cinco filhos e que, portanto, não pode fazer mais para alterar esta tendência.
O governo alemão, formado por cristãos e social democratas, já anunciou no fim de 2005 que elevará, a partir de 2012, a idade de aposentadoria para 67 anos, frente os atuais 65. Além disso, irá congelar os reajustes das pensões durante vários anos. A Alemanha foi um dos primeiros países do Velho Continente a aplicar uma medida com grande caráter antipopular com o intuito de salvar o sistema previdenciário.
Outros países não parecem caminhar no mesmo sentido e vêm apostando na contratação de jovens e no estímulo à antecipação de aposentadorias. Especialistas reunidos em Davos disseram que a tendência é um grave erro da Europa.
Desde quarta, empresários e políticos se reúnem na cidade suíça para discutir a situação da economia global, entre outros assuntos. O secretário Geral para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE), o mexicano Ángel Gurría, considerou que na Europa existe um excesso de regulação no mercado de trabalho, o que freia a produtividade.
Em tom crítico, ele afirmou que a Europa não está caminhando no sentido correto e que não aplicou o processo de convergência que os Estados Unidos iniciou há mais de 20 anos em termos de Produto Interno Bruto por habitante e de produtividade.
O secretário geral da OCDE se mostrou contrário à excessiva regulação do mercado de trabalho europeu e afirmou que, se a Europa quiser incrementar sua produtividade, terá que flexibilizar e criar políticas compensatórias para o envelhecimento da população.
As economias da Alemanha, França e Itália concentram 70% da produtividade econômica européia, ao mesmo tempo que têm que fazer frente a importantes problemas econômicos estruturais, como o baixo crescimento do emprego e as baixas taxas de crescimento, segundo o Fundo Monetário Internacional.
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