O governo chinês promoverá no mês de fevereiro um aumento de 30 a 100% no salário dos operários que trabalham nas obras para os Jogos Olímpicos de 2008, com o objetivo de cobrir a demanda necessária para cumprir os prazos estabelecidos. Segundo a agência Xinhua, os operários recebem atualmente 31 ou 32 iuanes por dia (US$ 4). Porém, poucos são especializados, já que 70% dos 120 milhões de imigrantes chineses procede da agricultura.

Fontes do Comitê de Construção de Pequim (CCP) apontaram que a decisão de aumentar o salário da mão-de-obra é uma necessidade para assegurar que os locais de competição estarão prontos a tempo, ou seja, no final de 2007, e que os trabalhadores serão pagos em função de sua especialização.

Os novos salários, publicados numa circular do CCP, são baseados em estudos de mercado e servem de referência para as empresas do setor de construção, apesar de as firmas poderem negociar diretamente com os trabalhadores.

Pequim tem atualmente mais de um milhão de trabalhadores imigrantes, dos quais cerca de 300 mil nas construções olímpicas. Ao longo do ano passado surgiram denúncias de operários que estavam a meses sem receber, em alguns casos de empresas contratadas pelas companhias que adquiriram concessões.

Na semana passada, Sui Zhenjiang, subdiretor do Projeto Pequim 2008, assegurou em entrevista coletiva que medidas foram tomadas para garantir que todos os trabalhadores envolvidos em construções olímpicas recebessem seus salários a tempo. Ele também desmentiu informações sobre uma suposta expulsão destes trabalhadores durante as duas semanas de duração dos Jogos, para dar uma melhor imagem da cidade, e assegurou que eles permanecerão se suas empresas assim quiserem.

O que ele deixou claro é que serão tomadas amplas medidas para se tomarão estritas medidas para garantir uma boa qualidade do ar durante os Jogos – em Pequim, a atmosfera fica normalmente muito rarefeita pela grande quantidade de obras seguidamente realizadas.

Atualmente, a capital chinesa vive um amplo processo de renovação – ou construção – de seus 31 recintos esportivos para a disputa dos Jogos Olímpicos, em agosto de 2008.

AGÊNCIA EFE