A estratégia do PT de aproveitar a disparada de Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial para reforçar as campanhas nos Estados começa a mostrar resultados.

Desde o final de agosto, quando Lula iniciou sua escalada nas pesquisas de intenção de voto, beneficiado pelo esvaziamento dos índices de Ciro Gomes (PPS) e pela progressão lenta de José Serra (PSDB), nove candidatos a governador do PT também subiram na preferência dos eleitores.

O candidato do PT a governador no Rio Grande do Sul, Tarso Genro, conquistou a liderança em disputa acirrada com Antônio Britto (PPS). No Piauí, Wellington Dias, que enfrenta o governador e candidato à reeleição Hugo Napoleão (PFL), subiu seis pontos nas pesquisas de intenção de voto e assumiu a dianteira. Dias, com 45%, e Napoleão, com 43%, estão tecnicamente empatados no levantamento do Ibope. Na segunda-feira, Teresina foi o palco de um comício com a presença de Lula e de aproximadamente 40 mil pessoas.

Na Bahia, o deputado federal Jacques Wagner, embora esteja 39 pontos abaixo do primeiro colocado, Paulo Souto (PFL), aumentou seu índice em 150%, passando de seis para 15 pontos nas pesquisas. No Mato Grosso do Sul, Rio, Sergipe, Minas, Distrito Federal e em São Paulo também foram registradas linhas ascendentes no desempenho dos petistas.

– Temos uma agenda, e o PT é um time completo, sendo que o capitão maior é Lula. A candidatura de Lula é um fator determinante, e ninguém está segurando a força dele – disse o deputado federal José Genoíno, em terceiro lugar na corrida pelo governo paulista.

Apesar dos progressos, dos seis Estados que concentram 61,7% do eleitorado brasileiro (São Paulo, Minas, Rio, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná), em apenas um, o Rio Grande do Sul, o PT tem um candidato em primeiro lugar ou com boa possibilidade de vencer a eleição. Além de ganhar o comando dos Estados, uma boa atuação nos pleitos regionais também serve para alavancar Lula num eventual segundo turno para o Palácio do Planalto e aumentar a bancada federal de 59 deputados para cerca de 80. A expectativa mais otimista do presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu (SP), é de que a legenda consiga eleger de cinco a seis governadores.

Em 13 Estados, as chances do partido são consideradas remotas. Em três, o PT não tem candidatura própria. Rio, com a governadora Benedita da Silva, e São Paulo, com Genoíno, encabeçam a lista de principais esforços até 6 de outubro. Uma eventual virada nestes dois Estados, onde os candidatos estão em terceiro lugar, é o objetivo do partido. No Rio, Benedita está tecnicamente empatada com o segundo colocado, Jorge Roberto da silveira (PDT). Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, Genoíno está nove pontos abaixo de Paulo Maluf (PPB).

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