| 18/12/2006 11h58min
O Uruguai defendeu hoje na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que o bloqueio argentino das pontes que garantem a livre circulação de bens e pessoas entre esses países viola "as obrigações" da Argentina, segundo os acordos do Mercosul.
O professor de Direito Internacional da Universidade de Edimburgo, Alan Boyle, que expôs parte dos argumentos uruguaios, acrescentou que as interrupções do tráfego nas pontes que ligam os dois países representam "um risco real" para a economia uruguaia.
Além disso, pediu que a CIJ - principal órgão judicial das Nações Unidas, situado em Haia - garanta a livre circulação entre o Uruguai e a Argentina para, dessa forma, evitar "agravos da disputa" entre os dois países em relação à construção de duas fábricas de celulose às margens do rio que separa as duas nações.
A pedido do Uruguai, a CIJ tramita hoje questões preliminares para garantir a livre circulação entre esse país e a Argentina, paralisada por bloqueios de manifestantes argentinos nos pontos de ligação das duas nações nessa área.
Paralelamente, a CIJ deve ainda iniciar as audiências nas quais será tramitado o conteúdo da disputa sobre a construção das duas fábricas de celulose, apresentado à Corte pela Argentina.
Boyle afirmou que a interrupção do tráfego nas pontes e a posterior paralisação da construção das fábricas de celulose "obstrui a administração da Justiça", no sentido que "agrava" o conflito entre a Argentina e o Uruguai perante a CIJ.
O bloqueio das pontes afeta especialmente o andamento da construção da fábrica de celulose de propriedade da empresa finlandesa Botnia.
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