A China, membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), assumiu na sexta-feira, dia 13, o compromisso de atuar mais ativamente dentro da organização para resolver a crise iraquiana. As declarações foram dadas um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ter exigido que o organismo desarmasse o Iraque. Ainda distante de dar apoio a Bush, a declaração do governo chinês apontava para uma atitude mais receptiva em relação a uma ação no Iraque. Há 11 anos, quando da Guerra do Golfo (1991), a China absteve-se de quase todas as votações realizadas no Conselho de Segurança.

– A China deseja continuar a desempenhar um papel ativo e construtivo na comunidade internacional a fim de buscar uma solução política para a questão do Iraque sem rompimento com as leis da ONU – afirmou o Ministério das Relações Exteriores do país asiático.

O governo chinês possui poder de veto no Conselho de Segurança por ser um membro permanente, assim como os EUA, a Grã-Bretanha, a França e a Rússia. No período que se seguiu à Guerra do Golfo, a China opôs-se à imposição de sanções sobre o Iraque e foi o único membro permanente do órgão a pedir por moderação depois de um ataque com míssil contra Bagdá, em 1993.

Na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, deveria se reunir com os 15 países-membros do Conselho de Segurança. Segundo diplomatas, o governo chinês deve se abster novamente nas votações dentro do órgão, mas as declarações recentes dele mostram um apoio tácito a uma ação internacional contra o Iraque. A postura do país, desta vez, seria "neutro-positiva'', nas palavras de um diplomata.

Os Estados Unidos, por outro lado, deixaram os chineses satisfeitos ao acrescentar recentemente a sua lista de terroristas o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, grupo da etnia uigur que a China acusa de tentar fundar um Estado islâmico na região de Xinjiang (noroeste). As informações são da agência Reuters.