| 18/08/2002 20h04min
O mercado financeiro abre nesta segunda-feira, 19 de agosto, de olho na reunião que começa ao meio-dia entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e os quatro principais presidenciáveis. A inédita reunião, realizada antes mesmo de se saber o resultado do pleito, é uma forma de sinalizar ao mercado como se comportarão os candidatos com chances de chegar ao Palácio do Planalto.
O encontro, que tem tudo para se tornar histórico, dá início, na prática, à transição para o governo que se inicia em 1º de janeiro de 2003. A rodada de negociações busca comprometer os eventuais ocupantes do Palácio do Planalto com as metas estabelecidas pelo acordo assinado com o Fundo Monetário Internacional em 7 de agosto e, por conseqüência, acalmar o irritadiço mercado financeiro.
Intranqüilos com os resultados das pesquisas de intenção de voto, que mostram a oposição na frente e o candidato governista, José Serra, em constante queda, os investidores temem uma mudança nos rumos da economia com a vitória de um candidato que não reza pela cartilha de Fernando Henrique.
Nos diálogos, FH fará um apelo para que os candidatos não dêem declarações que deixem o mercado mais nervoso e sensível do que já está. Pedirá que sejam propositivos e procurem mostrar a todo instante que o país, apesar de todos os problemas, não corre risco de quebrar, não é acomodado e tem futuro. Abordará ainda a questão da urgência dos créditos para a exportação, para acentuar a necessidade de aprovar o fim da cumulatividade do PIS, projeto que já está na Câmara. Por fim, abrirá os "segredos" do governo.
Cada candidato poderá levar dois auxiliares. Fernando Henrique terá a seu lado os ministros da Fazenda, Pedro Malan, e da Secretaria-geral, Euclides Scalco. O presidente considera que o encontro com Ciro Gomes, o candidato do PPS, será o mais tenso. Afinal, Ciro é o mais duro de seus adversários. Por isso é que, para esse candidato, Fernando Henrique terá palavras um pouco diferentes das que dirá em seguida para Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, Anthony Garotinho, do PSB, e José Serra, do PSDB. A Ciro, o presidente da República garantirá que não pretende enquadrá-lo, porque cada um tem seu programa e sua postura de candidato. Mas fará um apelo à sua civilidade patriótica.
Os candidatos à Presidência não irão de mãos vazias ao presidente. Os dirigentes dos partidos, principalmente da oposição, realizaram no fim de semana uma série de reuniões para concluir a agenda do encontro. Certos de que a situação econômica pode se agravar, os candidatos vão cobrar do governo a adoção imediata de medidas para mudar o rumo da crise.
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