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 | 12/08/2002 12h31min

Manhã desta segunda registra alta do dólar e do risco-país

Declarações de Fraga e Malan destacam importância de acordo com FMI para fim de nervosismo

A cotação do dólar comercial segue em alta na manhã desta segunda-feira, 12 de agosto. Perto das 12h15min, a moeda norte-americana era negociada a R$ 3,077 na compra e a R$ 3,082 na venda, com alta de 2,05% ante o fechamento da última sexta, segundo informações da Globo News. Operadores atribuem a alta da cotação à baixa liquidez do mercado. Ao detalhar o acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) na última semana, o presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, anunciou o fim das rações diárias no mercado. Segundo ele, a autoridade monetária só irá intervir quando julgar conveniente. Pelo contrato firmado com o Fundo, o Brasil tem direito a US$ 30 bilhões em até 15 meses. Deste total, US$ 6 bilhões serão liberados ainda neste ano.

Hoje o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que o governo não adotará qualquer medida adicional para segurar a taxa de câmbio. Afirmou que aposta na reversão "das dificuldades do momento", com o apoio doméstico ao acordo firmado com o FMI. Malan disse ainda que o governo quer retomar linhas de crédito para exportação. Os bancos internacionais reduziram suas linhas de crédito direcionadas ao comércio externo brasileiro em razão das incertezas geradas pelo processo eleitoral e do cenário internacional.

Em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, nesta segunda, Fraga atribuiu o nervosismo do mercado financeiro da última sexta à interpretação equivocada sobre o acordo com o Fundo. Fraga disse que a decisão de acabar com as intervenções diárias no câmbio foi tomada pelo próprio BC e não se tratou de exigência internacional.  Malan reiterou a importância do empréstimo para o país. Segundo o ministro, o acordo reverte a expectativa de aversão ao risco e permite ao próximo governo administrar o primeiro ano de mandato com mais tranqüilidade.

Malan destacou também que nunca ocorreu uma negociação com grau de exigências quase inexistente por parte do FMI. Como exemplo, lembrou que a meta de superávit primário (não inclui despesas com juros) de 3,75% do  Produto Interno Bruto (PIB) para 2003 já havia sido aprovada pelo Congresso.

Nesta segunda, o risco-país brasileiro voltou a ocupar a terceira posição no ranking do banco norte-americano JP Morgan. Por volta das 12, o indicador brasileiro apontava 2.208 pontos-base, com alta de 10,12% sobre o fechamento de sexta-feira (2.005 pontos). O risco está abaixo dos registrados por Argentina e Nigéria.

 
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