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 | 12/08/2002 09h48min

Dólar comercial abre semana em alta negociado a R$ 3,07

O dólar comercial abriu nesta segunda-feira, 12 de agosto, em alta de 1,65% ante o fechamento da última sexta. Por volta das 9h40min, a moeda era cotada a R$ 3,06 na compra e R$ 3,07 na venda, segundo informações da Globo News. No encerramento dos negócios na semana passada, a divisa norte-americana foi vendida a R$ 3,035.

Em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, o presidente do Banco Central (BC) atribui o nervosismo do mercado financeiro registrado na última sexta à interpretação equivocada sobre o acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O presidente do BC manifestou a expectativa de que o mercado financeiro voltará a um clima mais tranquilo, como o registrado na quinta-feira, primeiro dia após o pacote. Fraga disse que a decisão de acabar com as intervenções diárias no câmbio foi tomada pelo próprio BC. A partir de agora essas intervenções serão feitas somente quando a autoridade monetária considerar necessário.

A avaliação detalhada do mercado ao acordo deve ocorrer a partir de hoje. Analistas e investidores tendem, agora, a buscar as entrelinhas do pacote de ajuda de US$ 30 bilhões. A avaliação dos parlamentares poderá ser feita no dia 20, quando o ministro da Fazenda, Pedro Malan, falará no Senado Federal sobre o acordo. A decisão de convocar o ministro no recesso branco do Congresso, que ocorre durante a campanha eleitoral, foi aprovada pelo presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), atendendo a requerimentos de parlamentares.

Analistas afirmam que as críticas do candidato Ciro Gomes (PPS) ao acordo, a queda de José Serra (PSDB) na pesquisa do Ibope da semana passada e o boato de renúncia do candidato governista (negado pelo tucano) também pressionaram o dólar. A suspensão da ração diária do Banco Central (BC) foi outro fator apontado, mas com ressalvas.

A retomada da oferta de linhas de crédito externo só a partir de outubro, apesar do acordo, não surpreendeu analistas. Para eles, o dinheiro não sairá antes da aprovação do acordo pela diretoria do FMI. Com a ausência de crédito, empresas não conseguem rolar dívidas e compram dólares para quitá-las. Isso gera mais pressão sobre o câmbio. Para alguns analistas, a Bovespa deve voltar a acompanhar as bolsas norte-americanas.

O risco de “duplo mergulho” (quando a economia em recuperação descamba para recessão) cresceu em razão de indicadores econômicos que saíram abaixo do esperado, de grandes perdas no mercado acionário e do temor de queda no consumo. Uma parcela de analistas, porém, avalia que os indicadores podem não ser fracos o suficiente para que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, corte juros já na reunião marcada para amanhã e quarta-feira. Muitos afirmam esperar a manutenção da taxa em 1,75%, pelo menos até setembro.

 
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