| 07/08/2002 23h05min
Enquanto o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, comemorou nesta quarta-feira, 7 de agosto, o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), seus adversários preferiram a cautela ou simplesmente evitaram se pronunciar sobre o assunto.
Luiz Inácio Lula da Silva, que já havia admitido o acordo como "necessário", disse, por intermédio do candidato a vice, senador José Alencar (PL-MG), que respeitará os contratos firmados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) não quiseram se manifestar. Em São Paulo, onde lançou as metas de seu programa de governo, Serra fez elogios ao acordo:
– Acho positivo. Defendi a extensão do acordo, em primeiro lugar porque não traz sacrifício nenhum para a economia, e em segundo porque reduz as turbulências econômicas – disse o tucano.
Em debate na Câmara Americana de Comércio de São Paulo (Amcham-SP), Gesner de Oliveira, assessor econômico de Serra, disse que o apoio de Serra leva em consideração os critérios que norteiam a política econômica do governo (austeridade fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante). Evitou adiantar, porém, qual seria a atitude de Serra se um dos itens do acordo fosse a exigência de aumento de juros. Um dos itens do programa de governo do tucano apresentado nesta quarta é a redução da taxa de juros para 6% a 7% até meados da década.
Ao comentar o acordo, o vice de Lula disse que esse não é um compromisso de FH, e sim um "compromisso nacional", mas fez questão de ressalvar que os recursos liberados pelo Fundo, de US$ 30 bilhões, vão apenas "dar um fôlego" à economia brasileira.
– O acordo não muda o quadro da economia brasileira, que tem problemas em seus fundamentos, principalmente em função de seu alto endividamento – declarou.
Questionado sobre a importância que dá ao fato de o FMI solicitar o apoio dos candidatos à Presidência, Alencar afirmou que esse respaldo já foi dado na Carta aos Brasileiros, na qual Lula garante que honrará todos os contratos.
A notícia do acordo foi divulgada no momento em que o candidato Ciro Gomes, da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), inaugurava um comitê em Brasília. Depois da inauguração, Ciro foi cercado por repórteres, mas manteve silêncio sobre o tema:
– Não vou falar nada sobre nada.
À tarde, o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), repetira com veemência a posição manifestada por Ciro nas últimas semanas de que não daria aval para nenhum acordo de transição com o FMI.
– O acordo feito com o FMI agora, pode ser hoje ou amanhã, não vai ficar valendo só até 31 de dezembro. Algo que possa ser definido hoje vai atingir ou influenciar o próximo governo – justificou.
No Rio, o candidato do PSB, Anthony Garotinho, negou-se a comentar o acordo enquanto seus termos não fossem explicados pela equipe econômica.
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