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Após concorrida palestra na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, recomendou um genérico de calmante para o candidato tucano, José Serra, que vem caindo nas pesquisas de intenção de voto.
Ciro, ouvido atentamente por cerca de 360 empresários que lotaram um auditório e duas salas – uma delas improvisada ao lado da cozinha da entidade – disse que, "por tratar pesquisas com descrédito", não comentaria o resultado do Vox Populi, que o consolida em segundo lugar, com 27%. E perguntado se a sua ascensão atrairia os empresários paulistas que, em tese, apóiam José Serra, foi diplomático.
– Não sei se roubo voto do empresariado. O que eu quero é o voto dos brasileiros, inclusive, o dos empresários – disse.
No debate com os empresários – a maioria demonstrando preocupação com a proposta de flexibilização da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) –, garantiu que demoveu a idéia de seu candidato a vice, Paulo Pereira da Silva, ferrenho defensor das alterações na CLT quando ainda era o presidente da Força Sindical.
O sistema de tributação também foi alvo de críticas. Ciro tratou o assunto com ironia, quando disse que ninguém poderia dizer que Fernando Henrique Cardoso deixaria a Presidência sem nunca ter promovido uma reforma tributária no país. O candidato também criticou os que o comparam com o ex-presidente Fernando Collor de Mello, e reclamou que a imprensa "força a barra" quando faz a associação.
O presidenciável usou os 45 minutos de palestra para criticar o modelo econômico atual. Disse que para o Brasil tirar proveito do processo de globalização precisaria resolver três problemas considerados por ele como emergenciais. Citou o estrangulamento do financiamento, o atraso tecnológico e a falta de escala de produção. Disse ainda que é a favor de plebiscitos e referendos para que a população possa oferecer soluções aos problemas estruturais.
Por fim, Ciro afirmou que as soluções para o Brasil passam necessariamente pela retomada do crescimento sustentado, na faixa de 5%.
O diretor de infra-estrutura industrial da Fiesp, Pio Gavazzi, disse ter ficado satrisfeito com a palestra do presidenciável. O presidente da entidade, Horário Lafer Piva não comentou a respeito da preferência do empresariado nas eleições deste ano, mas acha que a palestra de Ciro foi esclarecedora.
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