| 23/07/2002 19h55min
O PT está mais do que preparado para governar o país, disse ao lançar seu programa de governo o candidato do partido à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu mudanças com responsabilidade, mas sem ingerência internacional.
– Na transição para o novo modelo não nos faltará responsabilidade – afirmou Lula nesta terça-feira, 23 de julho.
Em acordo com a linha do programa de governo, que coloca o fator social como eixo de um novo modelo de desenvolvimento, Lula disse que o "país tem que pagar sua dívida com a sociedade" e precisa passar pela experiência de um governo petista:
– O PT está mais do que preparado para fazer aquilo que a elite brasileira não conseguiu fazer ao longo desses anos.
Ao afirmar que criar empregos será sua "obsessão nos próximos quatro anos", Lula citou o número de 10 milhões de novos postos de trabalho e um crescimento econômico médio de 5% ao ano no período.
O candidato reafirmou uma vez mais o respeito aos contratos e disse que, se eleito, o país manterá relações com o mundo inteiro, mas ressaltou:
– Quem orienta política de Estado é o governo brasileiro, sem a ingerência de qualquer organismo internacional.
Acompanhado de seu candidato a vice, senador José Alencar (PL-MG), o petista disse que o país não pode mais "aplicar de modo servil receitas dogmáticas de terceiros". Para Lula, o país precisa voltar a crescer para superar a crise.
O PT usou a cerimônia para mostrar que tem apoio de segmentos distintos da sociedade e até de partidos da base governista. Além das siglas que compõem a coligação (PT, PC do B, PL, PMN e PCB), o PMDB estava representado pelo governador da Paraíba, Roberto Paulino, e por congressistas de Tocantins. O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), enviou Marcelo Rezende, do Instituto de Terras do Estado, para representá-lo.
Apesar dos apoios externos, a aliança mostrou que não resolveu completamente as diferenças entre seus integrantes. O candidato a vice de Lula, José Alencar (PL), foi vaiado depois de fazer um discurso. Para tentar contornar a situação, integrantes da cúpula do PT tiveram de abafar as vaias e puxaram o refrão "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula".
Com informações da Agência Reuters e do jornal Zero Hora.
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