O PT lança nesta terça-feira, dia 23, às 15h, o programa de governo do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, com a promessa de fazer um “gigantesco esforço de desprivatização” e uma transição “responsável e sem atropelos”, para não estourar o equilíbrio fiscal. Recheado de críticas à política econômica e ao que chama de “apagão” no planejamento estratégico do país, o documento defende o fortalecimento da ação reguladora do Estado sobre o mercado e um novo modelo de crescimento sustentável. Mas deixa claro que não se trata de uma proposta de estatização.

Na concepção do PT, desprivatizar significa deixar de estar “a serviço” dos interesses privados, sobretudo dos grandes grupos econômicos, e enfrentar o desafio da exclusão social. O plano diz que um eventual governo Lula vai resgatar a vocação do país para crescer em torno de 7% ao ano. No documento, Lula sustenta que “a rigidez da atual política econômica pode provocar a perda de rumo e de credibilidade”. Aplataforma mantém os compromissos com os principais instrumentos de controle da economia, como superávit primário e metas de inflação, em um período de transição para um novo modelo.

O PT promete “trabalhar firmemente” para reduzir a vulnerabilidade externa e, com ela, as taxas de juros, garante que não vai romper contratos e que todos os compromissos internacionais, como o pagamento da dívida externa, serão respeitados. Num evidente contraste com o tom radical das diretrizes do programa – aprovadas em dezembro no 12º Encontro Nacional do PT, em Olinda (PE) –, o documento joga para escanteio a defesa da “ruptura com o atual modelo econômico”. Na prática, o termo foi retirado do papel só para acalmar o mercado financeiro.

 – O eixo do projeto é o crescimento econômico baseado na ampliação do mercado interno e das exportações e na substituição competitiva das importações – resumiu Antônio Palocci, coordenador do programa de governo.

O texto tem 72 páginas e é dividido em quatro capítulos: crescimento, emprego e inclusão social, desenvolvimento, distribuição de renda e estabilidade, inclusão social e infra-estrutura e desenvolvimento sustentável.

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