| 08/07/2002 01h14min
A segurança pública, o desenvolvimento econômico e a privatização de estatais foram os principais temas dos candidatos no primeiro debate da campanha eleitoral, realizado na noite desse domingo, na TVCOM. Das 22h à 1h13min, nove dos 13 postulantes ao Palácio Piratini participaram do programa, transmitido também pela Rádio Gaúcha e que transcorreu sem agressões pessoais.
O tom cordial da abertura do programa cedeu lugar a duras críticas ao governo do Olívio Dutra logo no início do segundo bloco. Os candidatos da oposição bombardearam o governo do PT, a quem acusaram, de expulsar investimentos produtivos, e o candidato Tarso Genro (PT). Caleb de Oliveira (PSB), partido que participa da atual administração, fez uma espécie de aliança com Tarso e, além de não criticá-lo, defendeu o governo. Em troca, recebeu elogios do petista. No terceiro bloco, Caleb foi acusado por Antônio Britto (PPS) de estar trocando informações com Tarso, sentado do lado oposto.
A primeira pergunta, definida por sorteio, foi feita por Britto a José Fortunati (PDT). O trabalhista apresentou números para argumentar que, nos dois últimos governos, houve uma redução no efetivo policial gaúcho. Os dois candidatos criticaram o que consideram a partidarização das polícias, a redução no efetivo da Brigada Militar (BM) e da Polícia Civil e o desaparelhamento das corporações.
Tarso revidou dizendo considerar um acinte acusar os servidores da segurança de estarem sendo partidarizados e afirmou que o atual governo investiu, por ano, R$ 100 milhões a mais no custeio da segurança pública do que a administração de Britto.
O capitão Aroldo Medina (PL) – o único a não levar papéis para dentro do estúdio –, oficial da BM há 17 anos, falou sobre a “desmoralização da corporação” e, ao lado de Germano Rigotto (PMDB), engrossou a corrente de oposição que fez duras críticas ao governo Olívio. Medina fez questão de registrar que, apesar da aliança nacional PT-PL, no Rio Grande do Sul seu partido não tem nada em comum com o PT.
Ao questionar Tarso sobre a perda da Ford, Britto quis saber se um eventual governo petista Tarso não revisaria restrições à Ford. Tarso afirmou que não existem restrições a parcerias com grandes empresas, mas que não aceita a privatização de estatais para “dar dinheiro às multinacionais”. Destacou que no governo Olívio a economia cresceu 11% contra 0,8% no anterior.
Na pergunta a Celso Bernardi (PPB), Tarso introduziu o tema da privatização, indagando a posição do oponente sobre o assunto e justificando que o atual governo, sem privatizar o setor energético, conseguiu manter o Estado longe do apagão. Bernardi defendeu a venda das estatais, mas argumentou que foi realizada em um momento agora superado, e garantiu ser contra a privatização do Banrisul, da Corsan e do que restou da CEEE.
O debate esquentou no quarto bloco, quando os candidatos puderam escolher a quem perguntar. O primeiro, Bernardi, questionou Tarso sobre o aumento de impostos e, diante da resposta do petista de que a matriz tributária precisa ser definida no país, acima das diferenças partidárias, acusou o petista de “enrolar e não responder”.
Tarso explorou o mesmo tema ao se dirigir a Britto no bloco de perguntas livres, perguntando sobre os objetivos do ex-governador ao optar pelas privatizações durante seu mandato. Britto disse que Tarso tem fixação por 1998, ano em que deixou o cargo, e lembrou que deixou o Banrisul saneado.
Na sua vez de perguntar, Britto escolheu Bernardi e colocou a educação em pauta, depois de acusar o PT de estar tentando impor sua visão ideológica às crianças nas escolas públicas. Bernardi reforçou a crítica, dizendo que “a pedagogia tem que ser maior que a ideologia”.
Rigotto e Fortunati insistiram na tese de que é preciso combater o clima de polarização da campanha entre Tarso e Britto. Os dois lembraram a estrutura dos seus partidos e manifestaram a certeza de que, com o andamento da campanha, conseguirão crescer nas pesquisas.
Também participaram do debate, mediado pelo jornalista Lasier Martins, os candidatos Carlos Schneider (PSC) e José Vilhena (PV).
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