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Duhalde tenta refinanciar dívidas com o FMI

Governo tem urgência em firmar acordo com o Fundo

O presidente argentino Eduardo Duhalde vai tentar conseguir com a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) o refinanciamento dos vencimentos da dívida deste ano e de 2003, para que não entre em moratória com o organismo. Os vencimentos da Argentina com o FMI para este ano totalizam US$ 5,467 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Economia. As obrigaçoes com organismos internacionais somam US$ 8,6 bilhões em 2003.

A missão do FMI chegou nesta quinta-feira, dia 13, a Buenos Aires em meio a esperanças do governo de que seja o primeiro passo para um acordo financeiro que ajude a tirar o país de uma recessão que já dura quatro anos. O chefe de Gabinete, Alfredo Atanasof, disse que os temas "fiscal e monetário" serão as chaves das conversas com a equipe do Fundo, que é chefiada pelo britânico John Thornton.

Atanasof admitiu a urgência do governo do presidente Eduardo Duhalde em firmar um acordo com o organismo:

– A cada dia que passa, aumenta a impossibilidade de avançar firmemente na recuperação da economia argentina – disse.

Duhalde pôs seu futuro na concretização do acordo, chegando a ameaçar renunciar se o Congresso não o ajudasse a cumprir as exigências que o organismo impôs para iniciar as conversações.

Fontes oficiais já adiantaram que o país enfrentará uma trabalhosa negociação com um desconfiado FMI, que quer assegurar-se que a Argentina cumprirá as promessas de austeridade fiscal, antes de fornecer auxílio. Além disso, o diretor-gerente do Fundo, Horst Koehler, afirmou recentemente que o governo deve criar instrumentos para limitar a emissão monetária, evitando assim que se aprofunde o pico inflacionário que castiga o país.

Nesta quinta-feira, milhares de desempregados voltaram a ocupar o centro da Capital onde realizaram protestos e pediram alimentos, remédios e assistência social. A Praça de Maio, onde se localiza a Casa Rosada, foi ocupada por um forte dispositivo de segurança. Cerca de 25% dos 36 milhões de argentinos estão desempregos e mais da metade da população se encontra em situação de pobreza.

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