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O comandante do Exército argentino, tenente-general Ricardo Brinzoni, considerou nesta segunda-feira, dia 10, "absolutamente impossível" a ocorrência de um golpe militar no país, em conseqüência da deterioração da situação econômica e social. O jornal La Nación afirmou, em longo comentário, que políticos e empresários temem uma saída autoritária da crise, cuja solução não parece próxima.
Brinzoni falou ao final de uma cerimônia militar em homenagem aos 649 militares mortos na Guerra das Malvinas, em 1982.
– Na República Argentina um golpe militar? Não, por favor, é uma coisa absolutamente impossível – respondeu o comandante do Exército, destacando "a união de todos os argentinos em torno de objetivos comuns é a melhor solução para os problemas".
Também o tenente-coronel Aldo Rico, um dos chefes dos militares nacionalistas "carapintadas", que promoveram quatro golpes frustrados contra os ex-presidentes Raúl Alfonsín e Carlos Menem, entre 1987 e 1990, rejeitou essa possibilidade:
– Acreditam que os soldados vão repetir o mesmo erro? – indagou, em resposta a uma pergunta.
Segundo La Nación, "o embaixador norte-americano James Walsh, e um delegado da Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), comentaram com um conhecido empresário, durante um almoço, que pela primeira vez nesta crise vêem a possibilidade de uma solução autoritária, mas não disseram quem poderia liderá-la".
A deputada Elisa Carrió, pré-candidata presidencial e dirigente da centro-esquerdista ARI, que segundo as pesquisas tem as maiores intenções de voto para as futuras eleições, não descarta a possibilidade de uma tentativa de golpe.
– Estamos em uma situação que já ninguém pode controlar, e há risco para a democracia – afirmou.
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