| 29/05/2006 11h56min
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que a balança comercial registrou superávit de US$ 392 milhões na quarta semana de maio, abaixo do saldo de US$ 433 milhões da terceira semana do mês.
A queda é resultado do forte crescimento das importações na segunda metade do mês, em um ritmo bem mais agressivo que as exportações.
As exportações foram de US$ 2,325 bilhões e importações de US$ 1,933 bilhão, contra, respectivamente, US$ 2,247 bilhões e US$ 1,814 bilhão na terceira semana. No mês, o superávit está acumulado em US$ 2,776 bilhão e no ano, em US$ 15,214 bilhões.
Na quarta semana deste mês, a média por dia útil das exportações foi de US$ 499,1 milhões e das importações, de US$ 362,8 milhões.
Reportagem do jornal O Globo publicada nesta segunda mostra que o grande volume de dólares que ingressou no país devido às exportações está mascarando sérios problemas do comércio exterior: 898 empresas deixaram de exportar no último quadrimestre, 52,2% das vendas estão concentradas em 69 grandes empresas – que ameaçam não renovar seus contratos de exportação por estarem perdendo rentabilidade – e o volume de mercadorias embarcadas caiu 11,12% em abril.
Isso significa que o aumento de 6,54% na receita exportada em relação ao mesmo mês do ano passado foi causado apenas pela alta nos preços dascommodities. Este cenário, marcado pela forte valorização do real em relação ao dólar nos últimos meses, já faz alguns especialistas acreditarem que o Brasil não vai alcançar a meta de exportar US$ 132 bilhões em 2006. As projeções giram em torno de US$ 120 bilhões.
– Quem é grande está aumentando a exportação, enquanto os pequenos estão saindo. E isso está acontecendo por causa do câmbio – afirma o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
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