| 24/05/2006 12h07min
A Polícia de Gelsenkirchen, uma das sedes da Copa do Mundo de 2006 de futebol, proibiu hoje uma manifestação convocada pelo ultradireitista Partido Nacional Democrático (NPD) para 10 de junho.
– Queremos impedir que os ultradireitistas aproveitem o Mundial para desfilar diante dos olhos do mundo inteiro por Gelsenkirchen divulgando palavras de ordem racistas e xenófobas – disse o chefe da Polícia da cidade, Rüdiger von Schoenfeldt.
O NPD, que reúne os neonazistas, convocara essa manifestação e outros atos de solidariedade com a seleção iraniana durante todo o Mundial, por simpatizar com seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, e suas declarações contra Israel.
O ministro do Interior, Wolfgang Schaüble, anunciou esta semana que faria tudo o que fosse possível para evitar que a extrema direita transforme o Mundial em plataforma de propaganda.
Além disso, Schaüble disse que os policiais dos estados federados revisarão seus bancos de dados para checar a presença de ultradireitistas entre os grupos de torcedores violentos.
Segundo os serviços secretos, há 5% de neonazistas entre os hooligans alemães – cerca de 10.000 pessoas.
Porém, estes números são relativos, já que o próprio Schaüble admite que há grandes semelhanças entre as ações dos chamados hooligans sem ideologia e a extrema direita.
O aumento da violência ultradireitista, refletido no último balanço dos serviços secretos do Interior, aumentou o debate sobre as chamadas "No-Go-Zones", especialmente no Leste do país, perigosas para estrangeiros que venham para o Mundial.
O jornal berlinense "Der Tagesspiegel" publica hoje advertências de alguns embaixadores africanos aos torcedores sobre a periculosidade de alguns bairros e recomendam que seja evitada qualquer visita, especialmente à noite.
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