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O dólar comercial atingiu a cotação de R$ 2,70 na manhã desta sexta-feira, 7 de junho, no sexto dia consecutivo de forte alta. A moeda recuou e neste momento é cotada a R$ 2,673, valor superior aos R$ 2,659 do fechamento desta quinta. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em baixa de 0,8%.
Segundo analistas, a alta do dólar somente será estancada se houver atitude do Banco Central (BC) em relação à rolagem da dívida pública brasileira. Investidores não estão mais aceitando comprar títulos da dívida que vencem a partir de 2003 e trazem embutidos riscos de possíveis mudanças políticas e econômicas no próximo governo, que assume no dia 1º de janeiro.
Hoje, o BC vai tentar antecipar os vencimentos de títulos pós-fixados (LFT Letras Financeiras do Tesouro) para maio de 2003, medida já adotada nesta quinta. Nesta tarde, fará uma operação de troca das LFTs que vencem em 2006, 2005 e 2004 por papéis que tem em carteira, também pós-fixados, só que com resgate para o próximo ano. A estratégia pretende tranqüilizar o mercado financeiro, que está exigindo prêmios elevados dos títulos públicos ou prazos mais curtos para a rolagem da dívida pública. Ontem, nos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou sua confiança na economia brasileira.
O quadro, porém, não acalmou o mercado. Até esta quinta, em apenas quatro dias úteis do mês de junho, o dólar já acumulava valorização de 5,80%. No ano, atinge 14,89%. O C-Bond, principal papel da dívida brasileira, chegou a cair mais de 4%.
O nervosismo no mercado está levando o nível do Risco Brasil a se aproximar do pico verificado em 8 de outubro de 2001, quando ocorreram os primeiros ataques dos EUA ao Afeganistão. Naquele dia, o risco-país atingiu 1.256 pontos-base. Ontem, superou a marca de 1,2 mil pontos, mas recuou um pouco, fechando a 1.198 – alta de 6,3% em relação a quarta-feira. O Risco Brasil é um indicador que mede em centésimos de pontos percentuais a diferença entre os juros dos títulos brasileiros e os do Tesouro dos EUA. Um risco-país de 1.198 significa que os investidores exigem dos títulos brasileiros 11,98 pontos percentuais em juros além do que pagam os títulos do governo norte-americano.
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