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Milhares de trabalhadores e desempregados bloquearam ruas e rodovias da Argentina nesta quarta-feira, 29. A greve de 24 horas foi convocada pela Central de Trabalhadores (CTA) em protesto contra a política econômica e as exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI) para restabelecer a ajuda financeira ao país. Afetou especialmente a administração, escolas e hospitais públicos.
Os manifestantes incendiaram pneus e colocaram cravos nas ruas e estradas, impedindo o tráfego e deixando o trânsito caótico nas principais cidades. O sistema ferroviário e os vôos internacionais funcionaram com relativa normalidade. Cerca de 50% dos vôos domésticos foram cancelados ou reprogramados.
Em Buenos Aires, um forte aparato de segurança cercou a Casa Rosada, sede do governo, para proteger o presidente Eduardo Duhalde. O trânsito foi proibido nas imediações da Praça de Maio e tropas da Polícia Federal somaram-se ao efetivo do local.
Segundo cálculos da polícia, mais de 13 mil pessoas participam dos protestos na Província de Buenos Aires. Os únicos incidentes foram registrados em Neuquén, onde houve destruição de vidros de uma agência do Citibank, e em Entre Ríos, onde uma bomba tipo molotov lançada da rua provocou um princípio de incêndio na sala de despachos do governador da província, Sergio Monetiel.
O governo criticou a paralisação, dizendo que os grevistas querem o "caos'' no país, que atravessa a maior crise econômica, política e social da história. "Esta atividade está marcando uma rebelião nacional contra esta situação de fome, de entrega, de desemprego, que hoje vivem os argentinos " justificou Víctor de Gennaro, presidente da CTA.
O governo argentino estendeu nesta quarta por 180 dias a proibição de demissão de trabalhadores sem justa causa e o pagamento da dupla indenização pelas empresas que descumpram esta medida. A medida se dá em um momento em que o desemprego castiga uma em cada quatro pessoas em idade de trabalhar, e analistas esperam que o quadro piore devido ao agravamento da crise econômica. Quase a metade dos 36 milhões de argentinos vive na pobreza e 2,35 milhões de argentinos estão desempregados.
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