Milhares de "piqueteiros" – grupos que misturam ativistas, desempregados e pobres – ocuparam nesta quinta-feira, 23 de maio, o centro de Buenos Aires e bloquearam rodovias. Protestavam contra a política econômica do governo argentino.

Também nesta quinta o presidente argentino Eduardo Duhalde admitiu encurtar o seu mandato por meio de eleição antecipada. Duhalde ainda não completou cinco meses de mandato. Segundo o ministro do Interior, Jorge Matzkin, as discussões vão ser realizadas na segunda-feira, durante reunião com governadores de seu partido, o peronista.

A urgência de Duhalde em fazer acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) cresce no ritmo da crise econômica. Duhalde, ameaçou na quarta-feira, diante de parlamentares, renunciar caso o Congresso continue demorando a modificar a lei que pune delitos econômicos, confirmou ontem o porta-voz presidencial, Eduardo Amadeo.

– Duhalde disse: "Eu, neste ritmo, assim, não me interessa continuar como presidente" – explicou Amadeo.

As mudanças na lei são uma das exigências do FMI para iniciar a negociação de um novo programa de ajuda à Argentina. O ministro da Economia, Roberto Lavagna, voltou nesta quinta dos Estados Unidos onde esteve reunido com diretores de organismos multilaterais de crédito. Lavagna disse que espera fechar um acordo com o FMI sobre um novo programa econômico até o fim de junho.

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