O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS), medido pela Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), teve queda de 9,24% no primeiro bimestre do ano, em comparação com janeiro e fevereiro de 2005. É o pior resultado do período desde que o IDI-RS começou a ser pesquisado, em 1992. Em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado, o índice também registrou desempenho negativo, queda de 10,85%.

Na composição do IDI-RS no primeiro bimestre de 2006, todas as variáveis foram negativas: compras (-17,11%), vendas (-9,03%), pessoal ocupado (-5,26%), horas trabalhadas na produção (-5,86%) e utilização da capacidade instalada (-1,72%).

– Os juros altos, a atual política cambial e as restrições aos créditos de exportação do ICMS ainda são os principais entraves enfrentados pela indústria gaúcha – diz o presidente da FIERGS, Paulo Tigre.

Na análise por setor industrial, os piores desempenhos no bimestre foram registrados pelo fumo (20,5%), couros e calçados (-16,35%) e máquinas e equipamentos (-11,95%). Os três são atividades voltadas para a exportação, o que reforça as dificuldades enfrentadas em função da política econômica adotada no país.

Somente três segmentos tiveram desempenho positivo nos dois primeiros meses do ano: produtos têxteis (7,5%), material eletrônico e de comunicação (6%) e borracha e plástico (0,46%).

Apesar do resultado negativo observado no primeiro bimestre do ano, as perspectivas são de recuperação em comparação com o ano passado.

– A projeção é de que teremos indicadores positivos ainda em 2006, mas será um desempenho ainda insuficiente para recuperar todo o espaço perdido em 2005 diante da crise enfrentada, especialmente no agronegócio – afirma Tigre.

Outra variável pesquisada no IDI-RS é o índice de difusão. Esse indicador mostra o quanto o comportamento das vendas está disseminado entre as empresas que fazem parte da amostra. Em fevereiro, o índice de difusão mostrou que 58% das empresas pesquisadas tiveram desempenho negativo nas vendas.

FIERGS