O técnico Luiz Felipe Scolari já determinou a meta da seleção portuguesa na próxima Copa do Mundo. Em entrevista coletiva concedida em São Paulo nesta quarta, o treinador de Portugal voltou a dizer que quer que seu time chegue pelo menos entre os oito melhores no Mundial da Alemanha.

Felipão, no entanto, não acha que haverá uma acomodação de seus comandados caso este objetivo seja conseguido. Segundo o técnico, caso Portugal avance no torneio, deverá ganhar muito mais moral e poderá até chegar na decisão.

– Chegar às quartas-de-final já é uma satisfação. Mas quando já se está nesta altura do campeonato, os jogadores não querem mais perder – disse o brasileiro, logo depois de dar uma palestra a empresários do ramo de turismo na capital paulista.

Apesar de ser criticado pelos portugueses por ter proposto um objetivo que não o título, Scolari se defendeu citando a história do país ao longo dos Mundiais.

– Às vezes, o povo não se dá conta da história. Dos três Mundiais que Portugal jogou até hoje, em dois a seleção não passou sequer da primeira fase – disse o técnico, lembrando que Portugal teve sucesso apenas em 1966, na Inglaterra, quando foi o terceiro colocado.

Para ter um bom desempenho na Alemanha, Luiz Felipe diz confiar em seus jogadores e conta com o apoio de uma renovada torcida portuguesa, que deixou a rivalidade entre os grandes clubes do país de lado para apoiarem, unidos, a seleção.

– Eu tenho uma grande geração, com jogadores com espírito de equipe. Além disso, tenho um povo português que agora torce pela seleção, e não mais apenas por jogadores de clubes na seleção – revelou.

Felipão também fez uma comparação com o Brasil, seleção que dirigiu na Copa do Mundo de 2002. De acordo com o treinador, a imposição de um objetivo mais modesto acaba diminuindo a pressão sobre os atletas e, além disso, jogando o favoritismo para outros times.

– Quando o Brasil joga o Mundial, vai com uma obrigação quase de ser finalista, mesmo antes de estrear na competição. Para nós, se chegarmos à final, será um dos maiores feitos da história de Portugal – disse Scolari.

GAZETA PRESS