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Governo prepara plano para liberar o corralito

Intervenção do Banco Central conseguiu conter a cotação do dólar nesta segunda

O presidente Eduardo Duhalde e seu novo ministro da Economia, Rodolfo Lavagna, iniciaram ofensiva internacional nesta segunda-feira, dia 29, visando obter créditos para exportação de produtos argentinos. E analisaram novo plano de devolução do dinheiro retido nos bancos.

Na frente interna, começaram intensas negociações políticas com lideranças do Partido Justicialista (peronista), de Duhalde, e da União Cívica Radical (UCR) para obter a aprovação de medidas exigidas pelo FMI. Uma das medidas é a revogação da Lei de Subversão Econômica, que a Justiça vem utilizando para punir banqueiros e empresários. Outra é a Lei de Falências, que facilita a renegociação das dívidas de empresários com os bancos.

O chefe do bloco peronista no Senado, José Luis Gioja, previu que "em 10 dias" todas as medidas exigidas pelo FMI podem estar aprovadas. Mas o chefe do bloco peronista na Câmara de Deputados, Humberto Roggero, diz que não há nenhuma certeza de aprovação nesse prazo. Os parlamentares tenderiam a votar antes leis de impacto social, como a eliminação do polêmico Coeficiente Econômico de Referência (CER), previsto para reajustar os contratos habitacionais. Também o exame da saída do corralito teria preferência.

Em 15 dias deverá estar pronto o plano para a devolução em bônus do dinheiro retido nos bancos pelo corralito, analisado por Duhalde com Lavagna. Por decreto, seria estabelecida a forma de devolver os valores dos depósitos a prazo fixo com bônus garantidos em 10% pelos bancos e em 90% pelo Estado. Projeto anterior, do ex-ministro da Economia Jorge Remes Lenicov, nem chegou a ser apreciado pelo Congresso.

A idéia é criar uma garantia geral do governo e uma particular de cada banco, informou o deputado peronista Alberto Coto, assessor de Lavagna. No encontro de Duhalde e Lavagna, também foi discutido um cronograma para as assinaturas dos convênios com as províncias para a redução do déficit fiscal exigida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Banco Central não confirmou uma provável intervenção no mercado de câmbio, mas rumores indicavam que teria colocado US$ 30 milhões para conter a alta da moeda norte-americana. O resultado: a moeda norte-americano fechou cotada a 3 pesos nos bancos. A calma reabertura do mercado foi comemorada.

Menos otimistas, os analistas consideram as próximas semanas decisivas – e talvez bem menos tranqüilas. A baixa do dólar, ontem poderia ser devido a fatores como a liquidação de divisas por exportadores e o fim de mês, época de pouco poder de compra de dólares pela população. A venda de 61,4 milhões de pesos em Letras do Tesouro com prazo de 15 dias, a juros de 94,8% ao ano – a mais alta aceita pelo BC desde fevereiro – também teria influído.

 
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