| 09/03/2006 17h31min
O dólar interrompeu uma seqüência de três altas consecutivas e terminou a quinta-feira em queda de 1,14%, a R$ 2,159 na compra e R$ 2,161 na venda. A compra de dólares no mercado à vista pelo Banco Central não foi suficiente para inverter a tendência de desvalorização da moeda, que já abriu o dia em queda. Na mínima, o dólar foi vendido a R$ 2,154 (redução de 1,46% sobre o fechamento de quarta-feira).
O leilão do BC durou apenas 10 minutos, das 15h08min às 15h18min. Foram aceitas 10 propostas, com uma taxa de corte fixada em R$ 2,172. Foi a segunda compra do BC no mercado à vista nesta semana. Já o leilão de swap cambial reverso, que vinha ocorrendo desde o início de dezembro, não ocorre há dois dias.
O dólar seguiu nesta quinta-feira a queda do risco-país, que mede a percepção do investidor estrangeiro sobre a economia brasileira. O EMBI+ brasileiro perdia 4 pontos, às 17h, voltando para 234 pontos centesimais. A recuperação do risco também ocorreu depois de vários dias de alta, com as incertezas do mercado internacional provocadas pela possibilidade de alta dos juros nos Estados Unidos, Europa e Japão.
Para Marcelo Voss, economista-chefe da Corretora Liquidez, a bolsa paulista é o ponto destoante desta quinta-feira. Ele disse que os investidores estrangeiros estão retirando as suas aplicações com o aumento da rentabilidade dos títulos do Tesouro americano. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava às 17h queda de 2,36%, para 36.410 pontos. Nos Estados Unidos, Dow Jones tinha há pouco queda de 0,18%, enquanto Nasdaq apresentava redução de 0,42%.
Os juros futuros terminaram o dia em queda nos contratos de curto e longo prazos, seguindo a desvalorização do dólar. O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril de 2006 passou de 16,52% para 16,50% (-0,18%) e o de julho, também deste ano, ficou em 15,84, contra 15,94% no fechamento anterior (-0,63%). O contrato de outubro de 2006 passou de 15,54% para 15,43% (-0,71%) e o de abril de 2007 ficou em 15,04%, ante 15,14% na quarta-feira (-0,66%). O contrato de janeiro de 2007, o mais líquido, passou de 15,30% para 15,20% (-0,65%). A taxa básica caiu pela sexta vez consecutiva, ficando em 16,5% ao ano.
– Já esperávamos uma leve queda nos juros futuros nesta quinta-feira, já que o placar no Copom (6 votos para a redução de 0,75 ponto da Selic e 3 para a queda de 1 ponto) já indica um viés de queda na próxima reunião do BC – disse Voss.
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