O govenro argentino anunciou na noite desta quarta-feira, dia 24, os 14 pontos de um acordo firmado entre o presidente Eduardo Duhalde e a maioria dos governadores das províncias, que estiveram reunidos na residência de Olivos.

Entre as medidas, estão o cumprimento dos compromissos financeiros com os organismos internacionais, a redução de gastos das províncias e uma nova lei de co-participação de impostos (transferência para as províncias de taxas arrecadadas pela nação).

Ao apresentar os pontos, o presidente argentino, Eduardo Duhalde, afirmou que "não há um plano alternativo" para a economia, mas sim "um plano que tem dificuldades".

 – Estamos buscando soluções, sabemos das dificuldades do momento, mas sabemos que a Argentina tem todas as possibilidade – disse Duhalde.

Horas antes, Duhalde e os governadores peronistas haviam chegado a um acordo sobre o novo pacote econômico. A principal questão debatida foi a fixação de um câmbio, entre 2,50 e 3,50 pesos por dólar, que duraria três meses. Com esta medida, Duhalde tenta agradar os governadores peronistas e não criar divergências com Fundo Internacional (FMI). O governo pretende garantir o câmbio fixo com as reservas internacionais do Banco Central, estimadas em US$ 12,3 bilhões.

Além disso, o "corralito" seria suspenso. Os bancos nacionais seriam respaldados pelo Estado, enquanto que, os privados, receberiam a garantia de Seguro de Depósitos S.A (Sedesa) até 30 mil pesos. Acima dessa quantia, cada cliente deve negociar com seu banco.

O governo argentino decidiu manter o feriado bancário em vigor desde segunda-feira, até a aprovação da lei que impeça a fuga de recursos dos bancos, informou o secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández.

Nesta quarta, voltou a ser feito o pagamento de aposentadorias pelos bancos, sustado por causa do feriado bancário. Longas filas de aposentados e pensionistas se formaram diante dos estabelecimentos. Houve muita confusão. Um aposentado morreu e outro desmaiou em Buenos Aires na fila para receber o benefício. O Banco Nación teve que habilitar clubes, delegacias e até uma padaria para realizar os pagamentos.

Ainda sem um nome indicado para substitui-lo, o ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov, que apresentou sua carta de renúncia na terça-feira, deve permanecer no cargo até sexta-feira, quando o sucessor deverá ser anunciado, informou uma fonte do governo.

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