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Convencido de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) cometeu um erro político fatal ao invadir a fazenda dos filhos do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Palácio do Planalto quer aproveitar a oportunidade para tentar encurralar e ferir de morte o movimento. Uma das estratégias em curso é a asfixia financeira.
Ontem, dia 25, o secretário-geral da Presidência, Arthur Virgílio, anunciou um “colar de processos” contra os responsáveis pela invasão da fazenda Córrego da Ponte. O ministro sugeriu que o MST deve ser acionado para reparar danos materiais provocados pela invasão. O administrador da fazenda estima que o prejuízo chegue a R$ 100 mil. Nesse contexto, o governo procura retirar do primeiro plano a discussão sobre as falhas da segurança que teriam encorajado o MST a tomar a sede da fazenda dos filhos do presidente.
– É perfumaria discutir se houve ou não falha de segurança, se devia ou não ter policiamento, se a porteira estava aberta. Se um assassinato é cometido, o essencial é pegar o criminoso, não discutir se a janela estava sem cortina – diz Virgílio.
O crime, para o ministro, não é deixar a porteira aberta, é invadir. É um argumento novo no governo, que já recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar o direito de enviar tropas do Exército a fim de proteger a fazenda, quando foi contestado nessa decisão pelo governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB). O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que a invasão da fazenda Córrego da Ponte agride a democracia e fere o direito à liberdade.
Por intermédio do porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, FH afirmou que a invasão foi uma tentativa de “impor a vontade de grupos radicais sobre a ordem e a lei”. Segundo Parola, FH pediu a punição dos 16 líderes da ocupação detidos pela Polícia Federal (PF).
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