O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, prevê que o ritmo de queda na taxa básica de juros deverá ser acelerado em função do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, que registrou queda de 1,2%. O ministro disse que o resultado é pior do que o esperado, mas destacou que os números do quarto trimestre até agora conhecidos são muito positivos e podem compensar em parte o resultado negativo divulgado nesta quarta-feira.

– Acho que é possível uma aceleração mais rápida da taxa de juros, a queda num ritmo mais intenso – disse o ministro.

Paulo Bernardo afirmou que, já no início do ano, será possível colocar em execução uma série de projetos, especialmente na área de transportes, que significam investimentos de ordem R$ 1,5 bilhão.

Nos bastidores, o governo recebeu com preocupação o resultado negativo do PIB no terceiro trimestre e avaliou que o momento é o pior possível do ponto de vista político, pois representa uma complicação a mais para o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que já está em situação delicada por causa das denúncias envolvendo sua gestão em Ribeiro Preto e as suspeitas de que assessores próximos faziam tráfico de influência no Ministério.

Paulo Bernardo confirmou que o governo deve revisar para baixo a previsão de crescimento do PIB em 2005, hoje fixada em 3,4%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva soube do resultado do PIB na terça à noite e cobrou explicações da equipe econômica.

AGÊNCIA O GLOBO