| 23/11/2005 17h38min
O comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, se mostrou hoje disposto a discutir "com qualquer país, a qualquer momento, qualquer aspecto da oferta agrícola" apresentada pela UE à OMC e lamentou que alguns países se limitem a criticar a UE e fazer pedidos que não são realistas.
Mandelson, que compareceu perante a comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu para analisar o estado das negociações antes da próxima reunião ministerial da OMC em Hong-Kong, insistiu que a última proposta da UE é "a mais substancial apresentada pela União em uma rodada sobre comércio".
Em sua opinião, as outras partes devem agora equilibrar a negociação com ofertas fora do âmbito da agricultura, pois, quando houver alguma proposta que interesse à UE sobre bens industriais e serviços, "estaremos totalmente comprometidos".
Em relação ao capítulo agrícola, o comissário ressaltou que não elevará sua oferta de corte das tarifas, mas se mostrou aberto a negociar sobre os denominados "produtos sensíveis".
O representante europeu assegurou que a proposta da UE é equilibrada, pois amplia as oportunidades para os exportadores agrícolas sem reduzir as vantagens de acesso preferencial para os países em desenvolvimento, que devem ser o centro desta rodada negociadora.
De forma contrária, argumentou Mandelson, as demandas dos Estados Unidos e as propostas do G20 (que reúne grandes exportadores agrícolas, liderados por Brasil e Índia) teriam "efeitos devastadores" sobre países pobres da África, do Caribe e do Pacífico.
O comissário insistiu em que esta negociação não pode ter como único objetivo beneficiar os grandes países produtores e lembrou que há outros países e outros povos, muito mais pobres, cujos interesses não estão sendo defendidos.
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