| 22/11/2005 13h27min
A tensão deu o tom dos negócios no mercado financeiro na manhã desta terça. Os dois principais assuntos discutidos foram a eventual saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o leilão de "swaps" reversos do Banco Central.
Pressionado principalmente pelo leilão, o dólar fechou a manhã em alta de 2,03%, a R$ 2,265 na compra e R$ 2,267 na venda. Bem mais atenta ao aspecto político, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o período em queda de 1,60%, aos 30.613 pontos.
As notícias não-confirmadas dão conta de que Antonio Palocci já teria pedido demissão ao presidente Lula. A possibilidade de saída é dada como certa há vários dias, sendo apenas uma questão de tempo. Com novos rumores, as discussões sobre possíveis substitutos voltaram a dominar as mesas de negociação.
De acordo com o economista Silvio Campos Neto, do Banco Schahin, é natural uma reação negativa do mercado como um primeiro impacto da notícia. Mas, confirmada a saída, diz ele, tudo dependerá do nome a ser anunciado e das diretrizes do substituto na pasta da Fazenda.
A alta do dólar foi reflexo principalmente da notícia de que o Banco Central faria novo leilão de "swaps" reversos. Essa operação equivale a uma compra de dólares no mercado futuro, e por isso pressiona o câmbio à vista. Desde março que o BC não promovia leilões de "swap" reverso.
As vendas foram retomadas na semana passada, após mudança de regra que permite ao BC promover leilões a qualquer tempo, "de acordo com as condições do mercado". O dólar subiu 1,78% na sexta-feira, dia do primeiro leilão. Nesta segunda-feira, sem leilão, a cotação caiu 0,31%.
Entre as 57 ações do Índice Bovespa, as maiores quedas no final da manhã foram de Brasil Telecom Participações ON (-3,96%) e Belgo Mineira ON (-3,72%). As únicas altas do índice eram de Aracruz PNB (+0,94%) e Souza Cruz ON (+0,07%).
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