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 | 19/09/2005 14h46min

Jefferson quer virar cantor e diz que não vai ser usado

Ex-deputado afirmou que vai retirar representação contra Dirceu

O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou hoje em entrevista à Rádio Gaúcha que não quer mais voltar para a política e pensa em gravar um CD com músicas em italiano. Jefferson disse ainda que percebeu que estava sendo usado pelo PT e PSDB e, por isso, irá retirar a representação que fez na Câmara dos Deputados contra o deputado José Dirceu (PT-SP).

Parecendo tranqüilo e entre autógrafos e fotos com pessoas que passavam por ele (Jefferson falava de um celular no centro de São Paulo), o ex-deputado reafirmou que vai voltar a advogar e montará um escritório junto com o deputado gaúcho Luiz Francisco Barbosa, o Barbosinha. O escritório será instalado em Brasília e atenderá também o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul.

– Não quero mais, não, parei. Cansei, chega, já dei minha parte, contribuí e penso que penso passar essa bandeira para minha filha. Não quero voltar mais – disse Jefferson, referindo-se à política.

Sobre a retirada da representação contra Dirceu, Jefferson afirmou que, no dia de sua cassação, percebeu ao chegar ao plenário que o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), e o líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), estavam trabalhando fortemente para derrubá-lo. Segundo Jefferson, então ele teve certeza de um acordo feito entre PSDB e PT.

– Não se cassa o Azeredo (governador de Minas, do PSDB, suspeito de caixa dois na sua campanha) e não se mexe em nada que é do Palocci (ministro da Fazenda, Antonio Palocci, cujo irmão estaria envolvido em irregularidades na Eletrobrás). Outro acordo foi sobre fundos de pensão. Porque o PSDB, quando foi governo, abusou dos fundos para privatizações e o PT para fundo de campanha.

Ainda segundo Jefferson, a intenção dos dois partidos era derrubar os dois cabeças da crise (ele e Dirceu) e assim encerrar o assunto, sem investigar mais ninguém.

– São dois homens de cabeça coroada, corta a cabeça dos dois, e fica tudo esclarecido. Eu, ser massa de manobra pra encobrir o executivo? Eu não. Mesmo não gostando do Zé Dirceu, eu vou na quarta retirar a representação contra ele. Se o PSDB quer cassar o Dirceu, eles que entrem com a representação – disse o ex-deputado, afirmando ainda que não vai levar provas, caso a investigação contra Dirceu continue, e não vai participar desse acordo “indecente”.

Ele aproveitou para alfinetar mais uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

– Eu defendo que só foi possível (o esquema de corrupção) porque o Lula entregou o governo ao Dirceu e o Gushiken. Ele não gosta de governar, de ver que dinheiro que entra, que dinheiro que sai, isso dá trabalho, e ele abriu mão. O Lula não gosta de serviço, o negócio dele é passear de avião mesmo. Ele nunca trabalhou. E largou o governo e os sonhos dos brasileiros em mãos inescrupulosas.

Sobre sua cassação, Jefferson afirmou “não ter dúvidas de que foi cassado primeiro para ser calado". E que, com sua cassação, logo será feito um acordão entre os partidos, para que as investigações não continuem.

– Não tenho dúvida de que eu fui cassado primeiro para ser calado. De maneira açodada, num processo que não me deram direito de defesa, num processo avassalador contra mim. Eu não tenho dúvida de que eu fui na frente para ser calado. E o acordão venha aí, não tenha dúvida.

Jefferson informou ainda que, para dar a entrevista, havia interrompido um almoço com empresários do setor musical italiano que querem levá-lo para a Itália para gravar um CD de músicas em italiano. Ele disse que, após se aperfeiçoar, pretende fazer shows.

– Eu gosto muito do canto lírico, e também de música romântica.

 
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