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 | 03/08/2005 19h53min

CPI pedirá quebra de sigilo de celulares de Marcos Valério

Números dos aparelhos foram informados à comissão por Simone Vasconcelos

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios deverá pedir a quebra dos sigilos de três telefones celulares usados pelo empresário Marcos Valério de Souza. Os números dos aparelhos foram informados à comissão hoje pela diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) chamou a atenção que um dos celulares é do tipo pré-pago e estaria no nome de um dos funcionários da SMP&B.

Segundo Simone, as conversas que ela tinha com o patrão eram por meio desses três celulares. Ela afirmou que era verbalmente que prestava contas sobre os valores repassados ao grupo de parlamentares e outras pessoas ligadas a partidos políticos que foi revelado em lista de 12 nomes por ela.

– Como é que a senhora prestava contas e provava que o serviço tinha sido feito? – perguntou o deputado Maurício Rands (PT-PE) .

– Eu sempre falei com ele: "o que você me pediu foi feito" – respondeu a diretora financeira.

– A senhora não acha que isso é uma precariedade para um transação desse vulto? – replicou Rands.

– Sempre foi assim – finalizou a depoente.

Durante seu depoimento, Simone disse não se lembrar exatamente dos valores dos contratos da empresa de Marcos Valério com os Correios e a Câmara de Deputados porque seu forte não são os números. Ela garantiu ainda que não conhece o policial civil Davi Rodrigues Alves, cujo depoimento foi transferido de hoje para amanhã.

Simone afirmou não acreditar que Davi tenha sido usado para transportar dinheiro para o empresário. Responsável por saques de R$ 4,9 milhões das contas de Valério em uma agência do Banco Rural em Belo Horizonte, o policial alega que apenas transportava o dinheiro para o empresário.

Durante os questionamentos dirigidos à diretora de finanças da agência SMP&B, Simone Vasconcelos, na CPI dos Correios, o deputado Murilo Zauith (PFL-MS) alegou que a depoente é "econômica nas palavras" e não traz informações novas à Comissão.

– A senhora nos passa a impressão de que veio formatada para responder o que já é de conhecimento da imprensa, dos deputados e da CPI e passa certa indignação – afirmou Zauith.

Ela rebateu a menção a uma estratégia adotada em conjunto com o empresário Marcos Valério, acusado de operar o suposto mensalão.

– Publicitários têm o dom da palavra. Geralmente os políticos também têm. Sou administradora, sou direta, sem rodeios. Não tenho o dom da palavra – afirmou.

A diretora da agência SMP&B reforçou que está se sentindo pressionada e que sua posição "não é nada confortável", mas que não lamentava a situação.

– Lamento por muitas coisas que aconteceram no nosso país, inclusive o que está acontecendo com a agência (SMP&B), que vai gerar muitos desempregos – lembrou.

Com informações das agências O Globo e Câmara.

 
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