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 | 27/07/2005 00h29min

Novas provas podem esclarecer origem de dinheiro em cueca

Ex-assessor do PT esteve um dia antes de prisão em escritório em SP

A Polícia Federal analisa novas provas que podem esclarecer a origem do dinheiro apreendido, no dia 8 deste mês, com o ex-assessor do PT José Adalberto Vireira, em São Paulo. Ele tentava embarcar num vôo com R$ 209 mil na bagagem e US$ 100 mil na cueca. Os procuradores estão avaliando uma fita gravada em São Paulo, em que apareceriam integrantes do partido.

Um dia antes de tentar embarcar com o dinheiro, Adalberto esteve em um escritório na capital paulista com a mesma bolsa que acabou apreendida no aeroporto. Na saída do prédio, ela parecia mais cheia.

Segundo a Policia Federal, Adalberto encontrou-se no escritório com José Vieira, diretor da indústria Cavan, que faz parte do grupo Alusa, do setor de energia. O grupo ganhou concorrência para construir uma linha de transmissão entre Teresina e Fortaleza, com financiamento do Banco do Nordeste, onde trabalhava Kennedy Moura, que depôs nesta terça-feira, a portas fechadas, na Procuradoria da República no Ceará.

Dois dias depois da prisão de Adalberto, Kennedy diz que foi chamado a São Paulo pelo deputado José Nobre Guimarães, do PT cearense. Segundo Kennedy, o deputado, que é irmão do ex-presidente do PT, José Genoino, queria que ele se apresentasse como o dono do dinheiro. A justificativa: era uma questão de Estado.

O encontro entre Kennedy e o deputado José Guimarães ocorreu em um flat, na zona sul de São Paulo. Segundo a Policia Federal, imagens gravadas pelo sistema de segurança do prédio mostram que, no mesmo dia, José Genoino esteve no flat.

Genoino negou que tenha se encontrado com Kennedy Moura no flat. Confirmou que esteve no prédio, mas para conversar apenas com o irmão deputado. Genoino diz que também quer explicações sobre o dinheiro apreendido com Adalberto.

Danilo Carmargo, da comissão de ética do PT, é o dono do apartamento no flat onde os petistas se encontraram. Ele diz que no começo da manhã daquele domingo houve uma primeira reunião entre o deputado José Guimarães e Kennedy Moura. Quando Genoino chegou ao flat, Kennedy já teria ido embora.

O depoimento de Kennedy Moura, na Procuradoria da República, em Fortaleza terminou no início da noite desta terça-feira. Ele voltou a negar o envolvimento com os dólares e reais apreendidos. Também negou o encontro com o ex-presidente do PT José Genoino. A Polícia Federal declarou que, até o momento, não descarta nenhuma linha de investigação.

As empresas Alusa e Cavan também já negaram envolvimento com o caso.

As informações são da Agência O Globo.

 
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