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 | 19/07/2005 13h03min

Há corrupção também em SC, diz Esperidião Amin

Ex-governador atacou o governo estadual em entrevista à rádio CBN/Diário

O ex-governador catarinense Esperidião Amin (PP) aproveitou sua entrevista na rádio CBN/Diário, na manhã de hoje, para atacar a atual administração. Amin disse que é preciso apurar as denúncias de corrupção não apenas em nível nacional, mas também em Santa Catarina.

– É importante que se apure os fatos e se descubra o esquema de corrupção que está acontecendo no Brasil e em Santa Catarina. Nunca tantos parlamentares mudaram de lado, tanto em nível nacional quanto estadual como nos últimos 30 meses – afirmou Amin.

O ex-governador, que está em Chapecó, no Oeste catarinense, foi convidado pela CBN/Diário para comentar as denúncias contra deputados federais do seu partido – Leodegar Tiscoski, João Pizzolatti e Ivan Ranzolin –, que estariam na lista do suposto esquema de mensalão.

Questionado pelo jornalista Mário Motta se achava que houve corrupção também no seu partido, Amin afirmou que sim:

– Mas é claro que aconteceu nos quadros do meu partido, não tenho dúvida nenhuma. Nunca vi tanto deputado do meu partido votar com o governo. E aconteceu no meu Estado também. Você acha que nós expulsamos deputados por quê?

Candidato derrotado à reeleição ao governo do Estado no pleito de 2002, Esperidião Amin afirmou que nunca, na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, tantos deputados de oposição se "bandearam" para o lado do governo.

– Nunca na história de Santa Catarina houve a expulsão de um deputado de um partido de oposição. Isso aconteceu aqui neste ano. O escândalo não vai acabar com a corrupção, mas vai reduzir o processo de cooptação que infelizmente acontece.

Amin relacionou o processo aberto por seu partido contra o deputado Djalma Berger (PSDB) com as denúncias de corrupção no governo federal e no PT. Ele classificou a concorrência vencida por uma das empresas da família Berger, a Casvig, para fazer a vigilância das escolas estaduais como um "mensalaço, um mensalário".

– Djalma Berger, eleito pelo PFL, responde por ação movida por meu partido porque ele mudou de partido, foi para o PSDB, no mesmo momento que a empresa de sua família, a Casvig, estava sendo contratada pelo governo do Estado para fazer a vigilância das escolas num processo centralizado, no valor R$ 2,8 milhões por mês. Isto não é um mensalão, é um mensalaço, um mensalário.

Sobre as declarações de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, que afirmou ser normal os partidos trabalharem com dinheiro não contabilizado (caixa 2), Amin disse que nunca cuidou da prestação de contas do PP.

– Desconheço que tenha feito. Em 2002, perdi a eleição, mas a cifra da campanha é bastante razoável, não é irreal. Não lembro o valor, mas a regra sempre foi declarar.

E de novo relacionou a contratação da empresa da família do deputado Djalma Berger às declarações de Delúbio Soares:

– E parece também, tudo indica, que o objetivo da declaração foi esconder a vinculação desses recursos com contratos obtidos com o governo. É a mesma coisa do contrato da vigilância. Você dizer que não há vinculação entre a filiação de um deputado num partido do governo e um contrato feito pelo governo, é forçar, imaginar que toda a sociedade é desatenta.

 
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