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 | 03/06/2005 01h01min

Presidente boliviano convoca Constituinte e plebiscito

Data anunciada por Carlos Mesa é 16 de outubro

O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, anunciou nesta sexta, 3, a convocação de uma Assembléia Constituinte e de um plebiscito de autonomias para o próximo dia 16 de outubro devido ao "momento de extrema urgência" que o país vive.

Em mensagem lida à nação, Mesa convocou os cidadãos "à eleição nacional de constituintes no dia 16 de outubro, domingo, nas formas e modalidades de eleição estabelecidas na lei especial".

O presidente convocou para o mesmo dia um plebiscito nacional sobre o regime de autonomias, com base na iniciativa popular realizada em Santa Cruz, que será vinculativo para a Assembléia Constituinte.

Mesa anunciou o decreto depois que o fragmentado Congresso fracassou, pelo terceiro dia consecutivo, na busca por um consenso. Enquanto isso, os protestos indígenas se intensificaram nas ruas de La Paz e paralisaram a cidade.

– Exorto este país a regressar calma – disse Mesa em uma surpreendente mensagem pela TV, 19 meses depois de uma sangrenta revolta que provocou a queda de seu antecessor.

As manifestações com dezenas de milhares de pessoas nas últimas duas semanas se concentram nas exigências de nacionalização da enorme reserva de gás natural da Bolívia, a segunda maior da América Latina. Os líderes indígenas se opõem com firmeza ao pedido de autonomia das províncias onde estão as maiores jazidas e interpretam isso como uma tentativa da elite para ficar com o gás. A elite branca da província de Santa Cruz, responsável por 40% da economia da Bolívia, fixou unilateralmente para agosto um referendo sobre sua autonomia, ampliando a pressão contra Mesa e contra o Congresso.

O presidente também pediu Igreja que apóie um "encontro nacional" de políticos e líderes sociais para tentar solucionar suas diferenças. Diferentemente de seu antecessor, Gonzalo Sánchez de Lozada, Mesa conseguiu superar estas duas semanas de protestos sem que tenham ocorrido mortes ou ferimentos graves nas ruas. Mas a violência está aumentando nos últimos dias, com os manifestantes, cada vez mais radicalizados, atacando policiais que protegem o Congresso, lojas, motoristas e cidadãos em geral. 

As informações são das agências EFE e Reuters.

As imagens dos protestos na Bolívia.

 
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