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 | 23/05/2005 21h48min

Bolivianos pedem taxas mais altas sobre exploração de gás

Cerca de 60 mil manifestantes lotaram praça de San Francisco, em La Paz

Cerca de 60 mil bolivianos reuniram-se nesta segunda, dia 23, na capital La Paz para pedir que o governo aumente as taxas sobre a exploração das reservas de gás, enquanto na cidade vizinha de El Alto começou uma greve por tempo indefinido em meio a rumores de golpe de Estado.

A praça histórica de San Francisco, em La Paz, foi palco de um protesto comandado pelo líder do opositor Movimento ao Socialismo (MAS), Evo Morales, no encerramento de uma marcha iniciada há uma semana. Os manifestantes querem mudanças na recém aprovada lei de hidrocarbonetos para assegurar ao Estado receitas maiores na exploração de gás.

Na última escala de uma marcha de 200 quilômetros, os seguidores do MAS foram de El Alto a La Paz, onde receberam a adesão de professores, comerciantes varejistas, estudantes universitários, mineiros e camponeses. Por causa dos protestos, a polícia reforçou a segurança nos acessos à praça onde ficam as sedes do governo e do Congresso. No único confronto do dia, policiais jogaram gás lacrimogêneo e água num grupo de comerciantes que participava dos protestos.

Em meio a alguns rumores de golpe de Estado levantados pelos dirigentes sindicais, o ministro de Governo (Interior), Saúl Lara, descartou essa possibilidade, negada também pelas Forças Armadas no domingo. Em seu discurso, Morales pediu mais uma vez que a Lei de Hidrocarbonetos aprovada no último dia 17 seja modificada no Parlamento para que as petrolíferas paguem 50% de royalties.

Apesar de ter reconhecido nos últimos dias que a Bolívia precisa do investimento das petrolíferas, Morales pediu ao presidente Carlos Mesa que exerça "o direito de propriedade" sobre os hidrocarbonetos e ordene ao Exército que tome os campos petrolíferos. Morales baseou seu pedido numa sentença emitida recentemente pelo Tribunal Constitucional, que levantou dúvidas sobre a legalidade dos contratos assinados na década de 90 entre o Estado e as empresas estrangeiras por não contarem com o aval do Congresso.

O dirigente Abel Mamani, da Federação das Associações de Moradores da cidade de El Alto (Fejuve), disse que uma das reivindicações é que o governo retome as reservas de hidrocarbonetos e assuma sua industrialização, que atualmente está nas mãos de multinacionais, entre elas a Petrobras. Os manifestantes também querem a abertura de processo contra o ex-presidente por causa da morte de 60 pessoas durante a revolta que levou à sua renúncia.

As imagens dos protestos na Bolívia.

As informações são da agência EFE

 
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