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 | 01/03/2005 23h54min

Ministério da Saúde apóia projeto sobre células-tronco

CNBB diz que uso de embriões para pesquisas deve ser rejeitado

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça, 1º de março, o apoio às pesquisas com células-tronco e defendeu a aprovação lei que deve ser votada nesta quarta pela Câmara dos Deputados e prevê a liberação do uso de células embrionárias em estudos para tratamento de doenças.

– O ministério espera que os parlamentares se mostrem sintonizados com os interesses dos brasileiros e aprovem o projeto (da Lei de Biossegurança), permitindo a utilização de células embrionárias nas pesquisas com fins terapêuticos, afirmou o ministério em comunicado.

A Câmara deve votar nesta quarta-feira o projeto de lei, mas a polêmica em torno de sua aprovação tem mobilizado grupo defensores e contrários   pesquisa com esse tipo de células a fazer pressão em Brasília para que deputados modifiquem seu voto em Plenário.

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), católico, evita desde a posse comentar sua posição em relação ao projeto.

– Fui eu que dei a idéia de colocar esse tema na pauta. Será votado o mais breve possível e não vou interferir. Independentemente de qualquer coisa, vou agir como presidente da Casa, disse Cavalcanti.

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota em que diz que o uso de embriões para pesquisas ou para eventual produção de tecidos e órgãos deve ser rejeitado. Segundo a CNBB, "para a pesquisa com células-tronco embrionárias seria necessário a supressão dos embriões e a vida humana deve ser respeitada, sempre, desde o seu início até o seu termo".

A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Mayana Zatz rebate os argumentos de que a liberação da pesquisa promoverá a morte de embriões.

– A filosofia de manter o embrião congelado é a mesma de deixar uma pessoa com morte cerebral ligada a um aparelho por 30, 50 anos, afirmou, segundo o site da Câmara.

– Na Inglaterra, não faz muito tempo, descartaram-se 5 mil embriões que estavam congelados há muitos anos. Ninguém queria. Não teria sido melhor usá-los para pesquisa?, contestou Mayana.

Resistentes à proposta, os evangélicos já começam a ceder.

– Nós chegamos à conclusão que é melhor optarmos pelas pesquisas porque elas vão apontar os futuros caminhos, disse o deputado Jorge Pinheiro (PL-DF), que integra a Frente Parlamentar Evangélica e se manifestou favorável   liberação das pesquisas nesta terça.

O Ministério da Saúde defende que as pesquisas com células-tronco embrionárias representam a esperança de cura para portadores de doenças de vários tipos, destacando as do coração, neurodegenerativas, genéticas, diabete e autoimunes. Essas células tem o potencial de se transformar em qualquer tecido, de músculo a neurônios.

As informações são da agência Reuters.

 
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